Numa viagem pelo Sudeste Asiático, Kuala Lumpur raramente é um dos primeiros lugares a ser incluído no roteiro de muita gente. A maioria das pessoas, quando pensa na capital da Malásia, só consegue lembrar das Torres Petronas. Mas o país e a cidade de Kuala Lumpur têm muito mais a oferecer.
E mesmo que a cidade não esteja entre suas prioridades, são altas as chances de em algum momento sobrarem uns dias de sua viagem para serem gastos na capital da Malásia, uma vez que Kuala Lumpur é um dos grandes pontos de concentração de voos das companhias aéreas da região, sendo caminho obrigatório a quem quer viajar de um país ao outro no Sudeste Asiático.
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Foi isso o que aconteceu com a gente. Depois de encerrarmos nosso house sitting em Singapura, tínhamos uma semana de intervalo enquanto aguardávamos nosso voo para a Europa e decidimos passar esses dias explorando Kuala Lumpur. O resultado de nossos dias pela capital da Malásia é o que listamos aqui.
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A cidade antiga de Kuala Lumpur
Merdeka Square
A Merdeka Square é o ponto de partida a qualquer um que queira explorar a cidade de Kuala Lumpur em detalhes. Foi nesta praça onde, pela primeira vez, substituíram a bandeira do Reino Unido pela da Malásia (que permanece erguida na mesma haste), num movimento que simbolizou a proclamação da independência da Malásia. Merdeka Square, em malaio, significa Praça da Independência e ainda hoje é o local das manifestações cívicas do país.
A praça em si é um grande espaço gramado que costumava ser usado como campo de críquete do Royal Salangor Club (reflexos do seu passado britânico), que segue funcionando em um de seus lados. Em frente, o Sultan Abdul Samad Building, um belo prédio institucional do governo da Malásia em estilo mourisco, com sua torre do relógio domina uma de suas laterais.
Kuala Lumpur City Gallery
Fechando as laterais da Praça da Independência, ainda tem a Kuala Lumpur City Gallery, um centro de informações turísticas que acabou ficando famoso pelo grande sinal “I (Heart) KL” que marca sua entrada.
A galeria é muito mais que um simples centro de informações, com um enorme museu funcionando em seu interior mostrando toda a evolução urbana da capital da Malásia nos últimos anos. Em exposições que contam com fotos, relatos e recortes antigos de jornais, a galeria chega a apresentar, em projeções de luzes sobre uma enorme maquete, como a cidade ficará em um futuro próximo com e expansão para se tornar um centro de negócios ainda maior do que é hoje. Muito impressionante.
Museu Têxtil
Ainda próximo à praça, antes de encerrar nossa visita por este trecho da cidade, entramos no Museu Têxtil (Muzium Tekstil), que numa exposição simples, apresenta a cultura da Malásia através das roupas típicas dos povos que formaram a região e pode ser uma parada interessante a quem queira se aprofundar no assunto.
É interessante observar as diferentes culturas e a miscigenação de um país como a Malásia através das vestimentas e da maneira de fabricar seus trajes. E essa miscigenação malaia é de longe, o que o país apresenta de mais fascinante.
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A moderna capital da Malásia
As Torres Petronas
Como contraponto à cidade antiga, as Torres Petronas simbolizam uma nova Kuala Lumpur e elas talvez sejam o grande motivo que traga turistas à capital da Malásia. Muitos planejam o que fazer em Kuala Lumpur pensando no que mais pode ter além da visita às torres. E se você já veio até Kuala Lumpur realmente não tem como deixar as Torres da Petronas de fora de seu roteiro. Já escrevemos um post completo sobre nossa visita às Torres, que pode ser lido no link abaixo.
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Bukit Bintang
Proximo às Torres Petronas fica a região do Bukit Bintang, um enorme bairro lotado de grandes shoppings centers e centros comerciais, que também concentra boa parte dos bares e restaurantes internacionais de Kuala Lumpur, ao redor da Rua Alor (Jalan Alor).
Bukit Bintang é muito bem servido pelos sistemas de transporte público de Kuala Lumpur e é uma ótima escolha de onde se hospedar na cidade, além de ser opção para todo fim de noite a quem procura comer e beber bem durante a passagem pela capital da Malásia.
Em Kuala Lumpur, encontre seu hotel em Bukit Bintang.
Chinatown (Jalan Petaling)
No nosso caso, escolhemos ficar hospedados num no Lantern Hotel, que fica bem perto de Bukit Binang, mas dentro da Chinatown (na Rua Petaling – Jalan Petaling), uma área cheia de barracas de rua vendendo de tudo a preços acessíveis (mas qualidade muito duvidosa, confie em nós!), que vale uma visita rápida. Caso decida comprar alguma coisa, pechinche sempre. Eles esperam que você faça isso. E acredite, você pode passar horas negociando com o vendedor, então pense duas vezes antes de tentar comprar alguma coisa, pode matar parte do seu dia.
A Chinatown era o centro da cidade antes da onda de modernidade invadir Kuala Lumpur há algumas décadas atrás.
A cultura malaia
A Malásia, por incrível que pareça, foi um dos locais mais genuínos do Sudeste Asiático que tivemos o prazer de visitar. A mistura de culturas lá cria uma culinária inesquecível, com pratos chineses, indianos, britânicos e árabes, tudo misturado. Ao visitar Kuala Lumpur, não deixe de provar o maravilhoso Nasi Lemak, o prato típico do país. Se puder, procure centros gastronômicos fora dos shopping centers, você irá se surpreender.
Além disso, o povo malaio é um dos mais simpáticos do mundo. Nunca fizemos tantas amizades nesse um ano e sete meses na estrada quanto fizemos em uma semana em Kuala Lumpur. Todos querem te ajudar, todos querem saber da sua história. E o mais curioso é a maneira como eles se comunicam. Devido à tanta miscigenação, no dia a dia as pessoas misturam chinês com inglês com hindu naturalmente, e todos se entendem! Sensacional.
O islamismo na Malásia
O islamismo é a religião oficial da Malásia conforme consta em sua constituição. E isto é um grande diferencial que o país tem em relação aos seus vizinhos próximos, tornando a religião um grande atrativo na visita à Malásia.
Do outro lado do rio Kelang, que cruza o centro de Kuala Lumpur, encontramos duas das atrações da capital da Malásia que ajudam a entender o quão importante é o papel da religião na formação da sociedade malaia.
Museu de Arte Islâmica
O Museu de Arte Islâmica é um dos mais completos no mundo sobre o assunto. Fica em um enorme prédio que apresenta exposições de versões antiquíssimas do Alcorão, roupas típicas islâmicas de variadas cerimônias, tapeçarias, joias, e ainda possui um enorme acervo sobre a arquitetura de mesquitas e cidades islâmicas espalhadas pelo mundo. O conteúdo é enorme e dá para perder umas boas horas ali dentro explorando o material.
Sem contar com a arquitetura do próprio prédio, repleto de cúpulas belíssimas, jardins no melhor estilo islâmico e salões enormes de fazer cair o queixo.
Mesquita Nacional da Malásia (Masjid Negara)
Do outro lado da rua, a Mesquita Nacional da Malásia mostra na prática como é a relação da sociedade malaia com a religião.
Como o local é utilizado regularmente pela população muçulmana, os horários liberados para as visitas dos turistas são bem restritos, variam de acordo com os dias da semana, e o acesso só é liberado depois que você estiver devidamente paramentado com a vestimenta própria, que eles mesmos emprestam. Só a preparação para entrar já é bastante interessante e válida como experiência antropológica, pois será uma das poucas vezes que o turista irá usar véus e túnicas para visitar um espaço.
Lá dentro, como qualquer espaço religioso em uso, não há exposições, mas sempre aparecerá alguém querendo dar explicações a quem se mostre interessado em conhecer a religião e a arquitetura do local. E a visita é interessante justamente por dar a chance ao turista de observar a população local utilizando o espaço em seu dia a dia e interagir com eles. Numa conversa com um frequentador, ganhamos de presente um Alcorão em inglês.
O pátio em que é possível visitar é fantástico, com inúmeras colunas criando um lindo cenário para fotos. Já o interior não pode ser visitado, a menos que o turista seja muçulmano.
O hinduísmo na Malásia
Como se não fosse pouco o contraste, num país onde o islamismo é a religião oficial, ainda é possível visitar o maior centro religioso hindu fora da Índia.
Batu Caves
A 30 minutos de trem do centro de Kuala Lumpur, as Batu Caves são um conjunto de cavernas ou grutas que servem como local para diversos templos hindus, formando um enorme conjunto que parece te levar direto à Índia sem ter saído da Malásia.
A visita, considerada um dos maiores pontos turísticos de Kuala Lumpur, termina após a subida de 262 degraus de uma escadaria (aproximadamente 17 andares), rodeada de macacos à espreita de turistas descuidados, para a visita à caverna principal.
Quantos dias ficar em Kuala Lumpur?
A capital da Malásia serve, para muitos, apenas como ponto de ligação no roteiro e realmente não são necessários muitos dias para conhecê-la por completo. É provável que em dois ou três dias já seja possível explorar todos os pontos listados acima, mas uns dias a mais nunca serão excessivos numa cidade tão grande e cosmopolita.
Viajar devagar ainda dará a liberdade necessária para explorar outros cantos de Kuala Lumpur sem a obrigação de “ter o que fazer” e aproveitar ainda mais a maior atração turística da Malásia: a hospitalidade de seu povo.
Lugar muito lindo, tenho projeto de um dia conhecer esse lugar já estou me planejando para isso em breve conhecerei esse fantástico lugar .
Vocês estão de parabéns pelo incentivo de mostrar a beleza de um país com diversas culturas juntas .
Obrigada pelo comentário, Arnoldo!
Um bom resumo sobre KL. Vocês captaram bem o espírito fascinante da cidade. Parabéns.
Obrigada pelo comentário, Ary!
Adorei seu blog!!
Super interessante!!!
Obrigada Judemberg! 🙂