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Reflexões

A Aurora Austral e nossas maiores frustrações em viagens

frustrações em viagens

Não, este não é um texto daqueles em que blogueiros falam mal de atrações que todo mundo adora. Vamos relatar aqui lugares maravilhosos que, quando visitamos, as condições não eram ideais para que fossem vistos da maneira que lhes rendeu fama. Porque nem sempre estar no local correto é o suficiente e em muitos locais o planejamento de uma viagem precisa considerar a época do ano, o momento do dia e até as condições climáticas para que se aproveite ao máximo a atração visitada.

Listamos aqui, pelos mais diferentes motivos, nossas 7 maiores frustrações em viagens:

A Aurora austral em dia nublado

Vocês sabem o que é a Aurora Austral? A irmã menos conhecida da Aurora Boreal, mas que acontece no Hemisfério Sul. É tão bela e intensa quanto a parente famosa, mas como não há muita terra no globo próxima ao Círculo Polar Antártico é bem mais difícil de ser notada. O Gabriel Quer Viajar tem um ótimo post sobre esta outra aurora explicando em detalhes aos que quiserem saber mais.

Nós estamos no extremo sul da Nova Zelândia, um dos locais mais propícios para sua observação. É começo do Outono, época em que os picos acontecem. Esta semana tivemos uma tempestade nível 6 (numa escala que vai até 9), algo que não acontecia há dez anos! E como foi?

Estava nublado.

Há relatos na internet de que foi possível ver a aurora até em Wellington, na Ilha Norte, ou em Perth, no oeste da Austrália, mas aqui em Manapouri as nuvens impediam que víssemos qualquer coisa.

No dia seguinte o índice baixou para 4 e o tempo deu uma melhorada, mas ainda estava ruim e tudo o que conseguimos foi a foto do início desse post, um leve efeito lilás entre as nuvens.

Os Mirror Lakes não refletem nada quando venta

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Ainda na Nova Zelândia, esperamos mais de uma semana para que o tempo estivesse aberto e aproveitássemos ao máximo nosso cruzeiro pelo Milford Sound. No fiorde foi tudo perfeito, mas no caminho até lá existem várias atrações (ainda escreveremos sobre elas) e entre as maiores estão os Mirror Lakes, lagos cristalinos que refletem perfeitamente as montanhas em volta.

O efeito do reflexo, no entanto, só é perfeito quando visto de manhã bem cedo, antes dos patos movimentarem a água e em um dia calmo, sem ventos, o que não era o caso.

A Laguna que só é Verde quando está de bom humor

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A Laguna Verde, na fronteira entre a Bolívia e o Chile, é uma das grandes atrações dos tours que cruzam o Salar de Uyuni. A cor que lhe dá fama, que pode variar de turquesa a um verde esmeralda, dizem que varia de acordo com a movimentação dos sedimentos ao fundo. Um dia com ventos seria melhor para vê-la na cor ideal, portanto.

Não sabemos afirmar a veracidade desta informação, mas após duas viagens até lá, prefiro acreditar que mude conforme seu humor apenas.

Punta Del Este é uma cidade fantasma no inverno

Era Agosto e estávamos em um mochilão pelo Uruguai. E mesmo sendo inverno, por que não ir até Punta Del Este? Ao menos conheceríamos a cidade.

Isto em teoria, pois nunca vimos tamanha diferença numa cidade entre as estações do ano. Parecia uma cidade fantasma, com tudo fechado. Tínhamos dificuldade até para encontrar locais para almoçar.

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Curtindo a praia de Punta no inverno uruguaio.

A cachoeira “Água Azul” fica marrom quando chove

No estado mexicano de Palenque, uma cachoeira bem famosa é chamada de “Água Azul” por produzir piscinas azul-turquesa em uns terraços logo abaixo. Existem umas fotos maravilhosas no Google, mas quando fomos lá, em plena época de chuvas, o volume d`água era tão grande que revirava o leito do rio, e tudo o que vimos eram piscinas marrons, não muito convidativas.

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Nossa frustração foi tão grande que depois, quando estávamos na Guatemala, cancelamos nossos planos de ir até Semuc Champey, uma formação em terraços similar, pois acreditávamos que veríamos o mesmo tom escuro decepcionante.

O Zócalo fechado por protestos contra o presidente

Mas não é só a natureza quem impede o viajante de visualizar as atrações desejadas da maneira ideal. Ainda em nossa passagem pelo México, um dos grandes pontos turísticos da capital é a enorme praça central, conhecida como Zócalo.

A praça também é onde estão localizados os principais edifícios administrativos do governo mexicano e durante nossa passagem por lá estavam acontecendo protestos contra o presidente Peña Nieto.

E no México um protesto é levado a um nível além. As pessoas acampam na praça até serem ouvidas.

Imagine uma das maiores praças do mundo completamente ocupada por barracas por um mês inteiro. Em vez de caminharmos pela amplitude do Zócalo, nos esgueirávamos pelas ruelas criadas pelos manifestantes para ter acesso aos outros pontos do centro. Não temos uma foto sequer para mostrar a dimensão do que era porque não nos sentíamos seguros de caminhar por ali com a câmera exposta.

Felizmente a Catedral e, especialmente, o Templo Maior dos Aztecas permaneciam abertos mesmo em meio ao caos. Mas não tivemos mesma sorte com a sede do governo, e não pudemos ver os murais de Diego Rivera expostos lá dentro.

Descobrir que tem medo de altura no meio da subida de Huayna Picchu

Em nosso post sobre como visitar Machu Picchu, explicamos a importância da escalada de Huayna Picchu e a existência de ruínas próximas ao topo. O outro lado da história é que quando fomos juntos Larissa não conseguiu chegar até lá.

A partir de determinado trecho da subida, a mata se abre e a escalada é feita pelos degraus originais produzidos pelos incas, sem qualquer proteção. Foi neste momento que ela, já sem conseguir levantar direito os joelhos do chão, resolveu me comunicar que tinha acrofobia – medo de altura – e que dali não conseguiria dar mais um passo.

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A tranquilidade em pessoa diante do penhasco. 🙂

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Sobre o Autor

Carlos Arruda

Carlos Arruda é um viajante desde muito jovem, impulsionado por sua vontade de conhecer locais distantes desde muito cedo, mesmo com recursos limitados. Essa característica o transformou em um habilidoso planejador de viagens.

Com uma visão analítica e uma paixão por decisões baseadas em dados, Carlos acredita que o segredo para uma viagem livre de contratempos está na precisão do planejamento. Seu objetivo é encontrar o equilíbrio perfeito entre a quantidade de dados e informações disponíveis e a emoção de uma experiência especial.

Sua formação em arquitetura e urbanismo confere uma vantagem distinta às narrativas que desenvolve. Atualmente, como escritor dedicado ao mundo das viagens, seus artigos não se limitam à mera observação das estruturas urbanas, destacando os detalhes e explorando as complexidades das diversas culturas ao redor do mundo. Seus textos inspiram e capacitam os leitores a planejar suas próprias jornadas com precisão e confiança.

3 Comentários

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  • Pois é.. fiz uma viagem esse final de semana, ela tinha tudo pra ser perfeita. Ilhabela, hospedagem ao lado da praia grande, passeio de escuna nas praias da fome e Jabaquara, e três dias para aproveitar a ilha. Tudo começou a dar errado após pegar transito na estrada e uma fila de três horas na balsa. Nossa sexta na praia foi pro lixo, pois só chegamos na ilha ao anoitecer. Meu passeio de escuna até que foi divertido, mas estava um pouco nublado. A praia da fome é muito bonita, mas a quantidade de barcos, lanchas e escunas paradas muito próximo tiram a graça do local. A praia do Jabaquara infelizmente não estava em um bom dia, o mar parecia estar muito revolto, carregado de folhas das árvores e barro, ela estava com a água tão escura, que mais lembrava as praias do litoral sul de São Paulo, e muitos borrachudos. Mesmo com muito repelente não tinha como sair de lá sem mordidas. Já o domingo amanheceu um dia lindo com muito sol.. Mas você lembra da balsa? E o medo de aproveitar o dia e dormir na fila da balsa. Resumo do meu tão desejado passeio: duas horas de praia (o que deu pra aproveitar com a escuna), voltei branca como papel e cheia de mordidas de borrachudo. Me senti frustrada com essa viagem.

    • Nossa Caroline, que tenso! Sabemos bem como é, é frustante quando aquela viagem tão planejada dá errado, principalmente destinos de praia. Já fomos para alguns lugares do mundo em que chovia tanto que ficamos mais em casa do que visitamos as atrações. Fazer o que, né? Com a natureza não se briga! Obrigada pelo relato!

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