Gardens by the Bay é um jardim botânico à beira da Marina Bay, a baía na região central de Singapura. Poderia ser uma entre tantas estruturas similares que encontramos em diferentes cantos do mundo, mas há uma diferença fundamental: nada em Singapura é concebido para ser “um entre tantos” ou pode ser rotulado como “simples”.
Logo, o Gardens by the Bay é sim “um jardim botânico à beira da Marina Bay” em Singapura. Mas para entender de fato a natureza do local e, especialmente, o que ele representa para a cidade, temos que pensar primeiro no conceito de turismo que Singapura tem desenvolvido perante o mercado internacional.
As atrações e o turismo na cidade de Singapura
Singapura já é diferente da maior parte das cidades do mundo por ser uma cidade-estado, aquela estrutura política que só ouvíamos falar nos livros de história ao ler sobre a Grécia antiga.
Com um território limitado e sem contar com grandes atrações naturais que justificassem a criação de uma grande indústria turística, Singapura, como um país de uma cidade só, tem se esforçado nestes seus 50 anos de independência, completados em 2015, a criar (e, especialmente, a construir) atrativos que coloquem seu nome no roteiro dos mais diversos viajantes.
E tem sido extremamente bem-sucedida.
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Singapura tem gritado e esfregado seu nome na cara de viajantes de todo o mundo nos anos recentes, praticamente obrigando quem viaja pela Ásia a fazer uma parada de alguns dias na cidade.
Só na região de Marina Bay, Singapura já desenvolveu nos últimos anos:
– O Marina Bay Sands: um conjunto de hotel + shopping + cassino + teatro + museu + piscina gigante de borda infinita.
– O The Float: um estádio de futebol em que o gramado fica sobre a água.
– A primeira corrida de Formula 1 noturna do mundo, pelas ruas da cidade
– E claro, o Gardens by the Bay, que é o tema deste texto e vou reservar um parágrafo só pra explicar a grandiosidade do local.
Ponto parágrafo.
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O Gardens by the Bay
Lembra quando eu disse lá em cima que o Gardens by the Bay era “um jardim botânico”? Talvez fosse mais exato seu eu o descrevesse como uma “cidade-botânica”, porque o lugar é enorme.
Ao sair da estação de MRT Bayfront (a estação do MRT “Gardens by the Bay” está ainda em projeto), o visitante acessa o local por uma ponte conectando a área do Marina Bay Sands ao Gardens, e logo fica imerso em uma área verde em completo contraste com os imensos edifícios do barco pendurado.
Neste minuto você começa a, sensorialmente, “sair” de Singapura, sem ter deixado a cidade-estado, no entanto.
O primeiro ponto de contato é uma sequência de jardins étnicos, os Heritage Gardens, que mostram, através de composições botânicas e paisagísticas, a história e a cultura dos principais grupos formadores da população de Singapura, passando por jardins Malaios, Chineses, Indianos e Coloniais.
Mas se for mais à frente você perceberá logo que, apesar de aquele clima típico de Singapura ter mudado subitamente para um mais ameno e prazeroso, ainda estamos no país das enormes estruturas contemporâneas e altamente tecnológicas.
E logo de cara você reconhecerá o mais novo cartão postal de Singapura.
SuperTree Grove: o Bosque das Árvores Gigantes
Existem 18 estruturas em formato de árvores gigantes dentro do Gardens by the Bay, chamadas SuperTrees ou, as Super Árvores. Destas, 12 ficam concentradas em uma só área, o Grove, ou o Bosque, tendo a mais alta delas modestos 50 metros de altura (ou um humilde edifício de 16 andares).
A estrutura destas árvores gigantes é feita internamente em concreto armado e revestida na parte externa com aço que serve de apoio aos painéis de sustentação da vegetação.
Não por menos, é ao redor delas que gira a grande atividade do Gardens by the Bay. E como nossa visita foi feita no período das festas de fim de ano, muita gente se acumulava na área e mal sobrava espaço para circular.
Quando a noite cai (sim, é bem capaz de você passar o dia inteiro dentro do Gardens by the Bay sem se arrepender) as SuperTrees ainda oferecem um show de som e luz dando um jeitão de parque de diversões ao local, mas bem a cara de tudo o que Singapura oferece. Como fomos lá durante a época do Natal, as luzes se moveram ao som de músicas natalinas, com direito a Do You Wanna Build a Snowman, de Frozen e afins.
Não é difícil imaginar como a icônica silhueta do conjunto logo que inaugurado se tornou o mais novo cartão postal de Singapura.
A passarela suspensa: a OCBC Skyway*
Além de ser um cartão postal em si, as Super Árvores ainda proporcionam uma vista sensacional de toda a Marina Bay. Basta olhar para cima e você verá que existe uma passarela suspensa ligando duas das estruturas superconvidativa – a qualquer um que não tenha medo de encarar os 22 metros de altura. Se a Larissa subiu, garanto que não é tão alto assim 🙂
O acesso ao Gardens by the Bay é gratuito, mas para subir à passarela OCBC Skyway é cobrado um ingresso à parte, pago no local.
As enormes estufas: o Flower Dome e o Cloud Forest*
Como o bom jardim botânico que é, o Gardens by the Bay ainda apresenta estufas que reproduzem condições de vida inexistentes em Singapura para poder reproduzir a flora de diferentes regiões do planeta: o Flower Dome e o Cloud Forest.
O acesso às estufas é pago e um mesmo ingresso garante a entrada em ambas.
Mas, volto a dizer, nada em Singapura é simples ou “humilde”: as duas estufas se destacam não somente por sua complexa estrutura arquitetônica em um conjunto de arcos, mas por sua escala absolutamente fora do normal, pois cada uma delas tem área comparável a múltiplos campos de futebol e volume contado em dezenas de piscinas olímpicas.
Talvez o mundo devesse criar no futuro uma “escala Singapura” na hora de comparar grandes construções: “aquele edifício tem 62 pontos na escala Singapura” ou algo assim. Quem sabe as comparações fiquem mais fáceis.
O Flower Dome, a maior e mais baixa das duas estruturas, reproduz um clima frio ou ameno e seco, como o encontrado no Mediterrâneo, por exemplo.
Já o Cloud Forest, a menor e mais alta, espelha um clima tropical de altitude, com direito a uma montanha de onde jorra uma enorme cachoeira – a mais alta cachoeira indoor do mundo – e, a cada duas horas, ainda gera neblina (artificial, claro)!
E, se um jardim botânico das proporções do Gardens by the Bay já não fosse suficiente para a cidade, vocês acreditam que Singapura ainda tem outro Jardim Botânico lá perto da Orchard Road?
Porque nada é simples assim nessa cidade.
*Larissa e Carlos visitaram o Flower Dome, o Cloud Forest e a OCBC Skyway a convite do Gardens by the Bay.
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