Em junho de 2016, a prefeitura de São Paulo, após algumas semanas de teste, tornou definitiva a ação de, aos domingos e feriados, manter a Avenida Paulista aberta aos pedestres e fechada aos veículos, transformando-a numa enorme área de lazer a céu aberto.
O ato, cercado de intensa discussão, teve sua institucionalização apoiada no uso intensivo da área pela população, que abraçou a ideia. A Paulista aberta aos domingos tem feito da avenida um microcosmo do que é a vida do paulistano e de sua relação com a cidade. É uma atração à parte a quem visita São Paulo.
Turismo em São Paulo
Nossa ida a São Paulo se deu por conta do “Vem pra Sampa, meu!”, um encontro de blogueiros de viagem que tinha por intuito mostrar que a metrópole pode sim ser um destino de turismo voltado ao lazer.
A experiência de caminhar pela Avenida Paulista aberta foi o evento final do encontro, coroando três dias onde debatemos novas formas de fazer e divulgar o turismo e exploramos as muitas faces que a maior cidade brasileira pode apresentar a seus visitantes.
Apesar de nossas idas à cidade serem frequentes, já fazia alguns anos desde nossa última visita turística a São Paulo. Mutante como toda grande metrópole, os anos de intervalo foram suficientes para que, aos nossos olhos forasteiros, a relação habitual do paulistano com os espaços públicos da cidade se transformasse.
Vivenciar a Paulista aberta mudou para sempre a forma como enxergamos São Paulo.
São Paulo feita para pedestres
Todas as vezes que estivemos em São Paulo, os conselhos em relação a viagem eram os mesmos: procurem hospedagem próxima a alguma estação e andem apenas de metrô.
Isto porque, para o turista que visita São Paulo, a cidade sempre se apresentou como a selva de pedra, um emaranhado de edifícios entrelaçados por vias expressas. Circular em São Paulo significava usar carro nas marginais, ir para debaixo da terra para pegar o metrô ou, com muito dinheiro, sobrevoar a cidade entre seus heliportos.
Mas e seu eu quiser ver de fato a cidade?
O uso dos espaços públicos em São Paulo
Por falta de espaços adequados e/ou por medo da violência urbana, em São Paulo muitos trocam o convívio em ambiente público por locais fechados.
Quem nunca ouviu que o shopping é a praia do paulistano?
É um fenômeno que se espalha por todo o Brasil, mas em São Paulo ocorre de forma ainda mais intensa. Há poucos lugares onde é possível observar a vida na cidade como pedestre, na escala das pessoas.
Mas isto tem se modificado:
Já faz alguns anos que a Virada Cultural leva apresentações artísticas a diversos pontos da cidade madrugada adentro. O ato de abrir ruas ao lazer também já há bastante tempo ocorria no Minhocão. E o projeto “Ruas Abertas”, o nome formal do programa que institucionalizou a abertura da Paulista, engloba diversos outros espaços em diferentes bairros da cidade.
Mas a Paulista aberta dá uma nova proporção a estas ações. A avenida tem uma dimensão emblemática à cidade que é incomparável a qualquer outra.
Abrir a Avenida Paulista aos artistas de rua, aos ciclistas, ao piquenique em família, à caminhada com o cachorro é como se a cidade inteira se abrisse e, ainda que brevemente, aos domingos, sua população pudesse desfrutar da cidade em igualdade de condições.
Para nós, como turistas, isto é imperdível.
Prazer, São Paulo!
São Paulo sempre se apresentou como um destino de negócios e pouco se destacava como uma opção de turismo no Brasil. Turista curte andar, observar a vida acontecer, prestar atenção em detalhes, fotografar tudo o que estiver pelo caminho, mas a cidade não oferecia locais nem momentos propícios a isso.
Ou melhor, São Paulo oferecia o Parque do Ibirapuera, que é fantástico, mas que sempre causa aquela reação de “nem parece que estou em São Paulo!”. Faltava à cidade um lugar onde a todo momento se tivesse a percepção de estar mergulhado na metrópole e ainda assim ser um espaço interessante para caminhar, observar, fotografar e se divertir.
Agora não falta mais. A Paulista aberta fez com que redescobríssemos São Paulo mesmo depois de incontáveis visitas.
A Avenida Paulista aberta aos domingos
Domingo cedo nos encontramos, organizadores e participantes do “Vem pra Sampa, meu!”, na Praça do Ciclista, para uma caminhada pela Avenida Paulista. Atravessaríamos quase a totalidade de sua extensão observando os usos espontâneos que acontecem quando a rua está aberta aos pedestres.
Caminhávamos tranquilos, conversando, em total segurança e com uma sensação de pertencimento ao local após apenas três dias de estadia na cidade.
A certeza era de que não faltam espaços públicos para lazer em São Paulo, o que se precisa é que os espaços existentes estejam de fato abertos às pessoas.
Após alguns minutos chegamos ao vão do famoso MASP para algumas fotos. Até o golden retriever do Rafael, do blog Viagem Primata, participou de nossa caminhada, afinal, a Paulista aos domingos vira o quintal dele também.
Depois, descemos ao recém-inaugurado Mirante da 9 de Julho, um espaço bem agradável com cafeteria e restaurante com vista para a famosa avenida. Erguido sobre o túnel que cruza a Paulista, é surpreendente visitar o espaço sabendo de como o local era abandonado anos atrás.
Dali subimos de volta e seguimos atravessando os quarteirões em direção ao Paraíso. A cada quadra surgiam novos grupos, artistas se apresentando, pessoas reunidas para aulas de dança, yoga, famílias inteiras se divertindo num domingo de sol.
Já próximo ao fim, tiramos um tempo para passear pelos jardins e pelo interior da Casa das Rosas e observar uma das poucas edificações em menor escala ainda de pé e resistindo ao tempo, na Avenida Paulista. E de quebra, observar de camarote ao enorme painel com a figura do arquiteto Oscar Niemeyer pintado pelo artista brasileiro Kobra.
Pertinho dali, na Praça Oswaldo Cruz, enquanto diversos food trucks garantiram nosso delicioso almoço do dia, vinha uma vez mais a certeza de que por mais que se conheça São Paulo, a evolução da cidade nunca cansará de surpreender seus visitantes.
Onde ficamos hospedados em São Paulo*
Ao longo desta nossa visita a São Paulo ficamos hospedados no Quality Suites Oscar Freire, nos Jardins. O hotel, super bem localizado, numa das melhores regiões da cidade, fica bem próximo à Avenida Paulista, o que fazia com que levássemos menos de cinco minutos entre um lugar e outro. Além disso, ele se encontra na esquina da Rua da Consolação com a Oscar Freire, a rua mais chique da cidade, sempre viva com suas lojas descoladas, restaurantes modernos e muros repletos de street art.
As dependências do hotel não poderiam ser melhores, contando com quartos enormes e muito bem decorados, todos com camas king size, televisão, ar condicionado, uma área para trabalhar e frigobar. Tudo muito aconchegante, com iluminação diferenciada em cada canto da acomodação. O banheiro grande possui tudo que um hóspede pode querer. Além disso tudo, o atendimento no Quality Suites Oscar Freire é excepcional, com todos da equipe sendo muito atenciosos e prestativos. Agradecemos muito a todos os mimos recebidos!
Na cobertura encontra-se a piscina e academia com as melhores vistas da cidade. Um ótimo lugar para relaxar e ver a vida da cidade grande passando lá embaixo.
O Quality Suites Oscar Freire também conta com um incrível café da manhã servido no retaurante Marcel, que fica dentro do próprio hotel. Especializado na culinária francesa, Marcel foi premiado pelo Guia Michelin deste ano.
Para quem quer visitar São Paulo ficando no melhor ponto da cidade e sem perder o conforto, não existe opção melhor.
Vem pra Sampa, meu!
O Vem pra Sampa, meu aconteceu entre 7 e 9 de outubro (de 2016) e foi organizado pelos blogs To Pensando em Viajar, Coisos on the Go e My Destination Anywhere, contando com a participação de quase 60 blogueiros de viagem de todo o país.
Também participaram do Vem pra Sampa, meu!:
amandAqui | Apure guria | Carta sem Portador | Com os Pés no Mundo | Cris pelo Mundo | Da Porta Pra Fora | De Cá Pra Lá | Devaneios de Biela | Dicas e Roteiros de Viagens | Dicas Onde Ficar | Dudu Afora | Família Viagem | Finestrino | Incríveis Lugares | inRoutes | Janela ou Corredor? | Longe e Perto | Marola com Carambola | Me deixa ser turista | Me Leva de Leve | Mineiros na Estrada | Nerds Viajantes | Novo Caroneiro | Por Onde Andamos | RêVivendo Viagens | São Paulo sem Mesmice | Segredos de Viagem | Trilhamarupiara diário de viagens | Viagem em Detalhes | Viagem Primata (e Viaja Bi!) | Viagens Cine | Viagens da Mochilinha Gaúcha | Viajando no Blog | Viaje com a Flora | Vícios de Viagem
*Larissa e Carlos se hospedaram em São Paulo a convite do Quality Suites Oscar Freire.
Delícia de encontro, e vida longa à Paulista aberta! Muito obrigada pela presença de vocês no Vem pra Sampa, meu!. Beijão.
Foi nosso primeiro encontro, para sempre ficará em nossas lembranças <3
Muito legal o post, parabéns! Àquele domingo foi mesmo especial!
Prazer em conhecê-los! 😉
Prazer em conhecê-la também, Gabi! Saudades do encontro 🙂
Queridos, que post lindo de se ler!!!
Com alma, com força, com admiração. De vocês e minha, relembrando do evento pelos seus olhos.
Adorei conhecer vocês e de ver meu Lupin aqui 🙂
Que bom que gostou, Rafael! Adoramos conhecer você e o Lupin, e São Paulo com outra cara! Bjs
Meus parabéns pelo post. As fotos estão lindas e o texto primorosamente bem escrito. Adorei também o linguajar rebuscado! =) Virei fã de vocês, a impressão lendo o blog de vocês é de muita dedicação e profissionalismo naquilo que fazem.
Valeu Kiko! O tanto de tempo que o texto demorou para sair e ficar do jeito que gostaríamos é recompensado quando chegam comentários assim. 🙂
Que texto lindo. E vamos todos ocupar a rua, a Avenida Paulista, sem carros e fora dos shoppings. Sempre que posso passo na Paulista para comemorar essa iniciativa dos domingos para pedestres. Adorei as fotos. Beijos.
Obrigado, Fábio! Temos que aproveitar mesmo a chance de ter a cidade aberta e estaremos sempre por lá também quando voltarmos a São Paulo.