Todos sabem que o Vaticano é um estado governado pela Igreja Católica e que o papa mora lá. Sua atração mais visitada é uma igreja, a Basílica de São Pedro, o que resume bem o tipo de turismo encontrado no local. Mas, independente de sua religião (ou de sua ausência de religião), o Vaticano é um lugar magnífico que merece ser visitado devido à sua história e arte, pois ali estão obras dos maiores gênios do Renascimento.
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Uma breve história do Vaticano
O nome Vaticano vem da colina na qual as terras papais estão. E a colina em si é nomeada em homenagem a um deus etrusco chamado Vaticanus, responsável por fazer o bebê chorar pela primeira vez após o parto. Ou seja, o Vaticano, que é um estado católico, possui o nome de um deus pagão. Bem curioso.
Durante o Império Romano, aquela área era o local onde foi construído o Circo de Nero. Lá, inúmeros cristãos foram mortos, incluindo São Pedro, que foi crucificado de ponta cabeça no local. Do lado de fora do circo ficava a Necrópole, cheia de túmulos dos mais diferentes tipos.
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Quando Roma se tornou cristã, depois do decreto do imperador Constantino, aquele lugar se tornou sagrado, pois ali estava o túmulo de São Pedro, dando o nome da basílica hoje encontrada no local.
A Basílica de São Pedro, a maior igreja cristã do mundo, foi inaugurada no século XVII, e é um dos edifícios mais visitados da Terra.
Em 1929 é fundado do Estado do Vaticano pelo Tratado de Latrão, reconhecendo aquelas terras como pertencentes à Igreja Católica, e tendo como chefe de Estado, o Papa.
A Praça de São Pedro
A Praça de São Pedro, a porta de entrada do Vaticano, foi projetada por Bernini, um dos maiores escultores que esse mundo já viu. Em seu meio, um obelisco egípcio se destaca, sendo este parte do antigo Circo de Nero e o único resquício que restou dele.
O formato da praça simboliza um grande abraço, como se a igreja estivesse acolhendo seus fieis. Ali é onde, a cada novo conclave, católicos do mundo inteiro se agrupam para esperar a votação e celebrar o novo papa.
Entrando na Basílica de São Pedro
Entrar na Basílica de São Pedro não é das missões mais fáceis. A fila é enorme, assim como tudo em Roma. Para quem quer evitar horas de espera, chegar cedo é obrigatório.
A Basílica de São Pedro abre das 7h às 18h, de outubro a março. E de abril a setembro, das 7h às 19h. Ou seja, esteja lá antes das 7h. Principalmente se for verão. Sério.
Para entrar na Basílica é preciso passar por um detector de metais ainda na praça e sua hora de chegada determinará quanto tempo de fila o turista irá pegar. Enrolamos no café (como sempre fazemos) e acabamos chegando à Praça de São Pedro quase 10h da manhã. Era primavera e já estava quente. Ficamos uma hora derretendo no sol e passando calor, e nem verão era.
Pense ainda que o calor tem que ser enfrentado seguindo a regra de etiqueta para entrar na Basílica de São Pedro, que é bem rígida. Nada de ombros, barriga e joelhos a mostra. Não importa a temperatura que esteja lá fora.
Depois do sufoco na fila, é só ir conhecer a Basílica de São Pedro, cuja entrada é gratuita. Mas acredite, a fila é de fazer qualquer um murchar. Por isso, repito: chegue cedo.
A Basílica de São Pedro
A Basílica de São Pedro foi erguida no local onde foi enterrado Pedro, um dos apóstolos de Jesus e aquele que é considerado o primeiro Papa da Igreja Católica. Desde sua morte, inúmeros templos e igrejas foram construídos em sua homenagem, mas nenhum com a imponência da basílica atual. Possui 218 metros de comprimento e 136 de altura, onde sua cúpula pode ser vista de vários pontos de Roma.
A Basílica de São Pedro foi terminada em 1626, levando 120 anos para ficar pronta. Sua construção reuniu os maiores artistas renascentistas do mundo e hoje é patrimônio mundial da UNESCO.
Visitar Roma e não visitar a Basílica de São Pedro é um crime. A igreja vai muito além da religiosidade. Sua construção é uma obra prima feita pelo homem, perfeita tanto arquitetonicamente quanto pictórica e esculturalmente falando. Seu projeto passou pelas mãos dos mais variados arquitetos da época, incluindo Rafael e Michelangelo, este tido como principal autor da igreja que hoje conhecemos.
Caso queira alugar um áudio-guia e evitar ficar perdido em meio a tanta história, aproveite e faça logo na entrada, afinal, assim como ocorre no Coliseu, nada lá dentro tem placa informativa, uma pena. A cabine para alugar os guias fica perto dos banheiros e dos guarda-volumes, ainda do lado do fora da basílica.
Ao entrar na Basílica, é impossível não ficar de boca aberta com tamanha grandiosidade. Nunca na vida pisamos em um lugar tão grande e amplo. Seu teto é altíssimo e seu interior completamente adornado em mármore e tons dourados. É simplesmente perfeito.
Assim que entramos, do lado direito, como se já não estivéssemos surpresos o bastante logo no início, nos deparamos com a famosa Pietà, de Michelangelo, atrás de um vidro blindado. É incrível a perfeição de tal obra.
Mais a frente encontra-se o túmulo do papa João Paulo II, com uma pequena área onde é possível fazer orações.
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E no centro, debaixo da magnífica cúpula, se encontra o baldaquino projetado por Bernini, em bronze e estilo barroco. Ali é o altar central da igreja e abaixo dele fica a tumba de São Pedro. Tudo muito luxuoso e grandioso.
Os tipos de tour pela Basílica de São Pedro
Nós fizemos o tour básico, o gratuito, onde só as áreas comuns da Basílica de São Pedro podem ser visitadas. Tínhamos já agendado nossas entradas com horário reservado nos Museus do Vaticano, então não teríamos tempo de visitar as outras atrações da igreja, infelizmente.
Mas, quando voltarmos a Roma (afinal, jogamos nossas moedinhas na Fontana di Trevi!), com certeza não perderemos de novo a chance de fazer os outros tours.
Visitando a cúpula da Basílica de São Pedro
O tour diferenciado mais famoso da Basílica de São Pedro é o da cúpula, onde é possível subir até o ponto mais alto da igreja. Não é indicado para todos, pois precisa de certo preparo físico para encarar os 537 degraus para chegar até lá! Caso queira pular algumas centenas de degraus, é preciso pagar um pouco a mais para pegar o elevador, mas mesmo assim, ainda é preciso subir 326 degraus no final.
Dizem que a vista de lá é impagável, com toda Roma e a Praça de São Pedro lá embaixo. Mas, fuén, não fomos, fica pra próxima.
Visitando a necrópole
Já o outro tour, mais rico historicamente falando, leva os turistas à Necrópole, com túmulos da Roma Antiga e do apóstolo Pedro. Como são ruínas, e a tumba de São Pedro é sagrada para a igreja, somente 250 pessoas podem entrar por dia, sendo necessário reservar com antecedência. A entrada não é permitida a pessoas abaixo de 15 anos e não recomendada a quem é claustrofóbico.
Como chegar ao Vaticano e à Praça de São Pedro
O Vaticano é a única grande atração de Roma que fica bem afastada do centro da cidade e dificulta o acesso a pé mesmo para quem tenha bastante disposição para caminhar.
O modo mais simples de chegar até a Praça de São Pedro é pegando o metrô de Roma, que apesar de não ser muito extenso, dá conta do recado. Basta pegar a linha A, (não tem muito como se perder, pois só existem duas), descer na estação Ottaviano e de lá “seguir o fluxo”, caminhar na mesma direção que a enorme onda de turistas em peregrinação que fatalmente haverá.
Onde ficar em Roma*
Nos nossos primeiros dias em Roma ficamos no delicioso The Beehive. Pertinho do Termini – a estação de trem que chega do aeroporto e que se conecta ao metrô e aos ônibus – não poderíamos ter ficado em um lugar melhor localizado.
A dona do hotel, Linda, foi incrível durante toda nossa estadia. Super prestativa também era a atendente, Francesca, que nos recebeu com muito carinho.
Ficamos em um prédio anexo ao The Beehive, o Hotel Urbee, também pertencente à Linda e sua família. Com elevador e toda a segurança, ficamos numa suíte simples, mas com tudo o que precisávamos, e ainda tínhamos uma varandinha bem italiana.
O café da manhã, tomado no The Beehive, era delicioso, feito na hora e com várias opções, mas é cobrado a parte. O lounge é muito agradável e ótimo para trabalhar, caso seja um nômade digital, ou somente queira descansar. Mas mais legal era o jardim, com puffs coloridos embaixo de árvores e muros descolados, fazendo por um instante a gente acreditar que estávamos em uma villa italiana.
Além de tudo isso, o The Beehive ainda fornece gratuitamente um aplicativo no celular com todas as informações de Roma, desde atrações a restaurantes que funciona offline! Ideal pra quem chega perdido no país sem ter que ficar dependendo de conexão 3G o tempo todo.
*Larissa e Carlos se hospedaram em Roma a convite do The Beehive.
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