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Viver de House Sitting: Entrevista com Nat e Jodie, do House Sitting Academy

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Constantemente nós divulgamos house sitting como uma excelente opção de hospedagem em viagens, e algumas vezes no blog e no Facebook mencionamos como viver de house sitting, emendando um acordo e outro, pode proporcionar um novo estilo de vida a qualquer um que deseje ingressar neste universo.

Como não queremos que este blog gire apenas em torno do que nós fazemos e para onde viajamos, achamos que seria interessante trazer a vocês relatos de outros viajantes, pessoas participativas na comunidade de house sitters, para mostrar como a partir de diferentes histórias, idades, perfis, origens e condições sociais há sempre espaço para aproveitar o modelo de estadia de house sitting para realizar seus sonhos.


Viver de House Sitting: Entrevista com Nat e Jodie, do House Sitting Academy

Como um primeiro exemplo, convidamos a Nat e a Jodie, do House Sitting Academy, para um bate-papo, para que pudéssemos compartilhar em nosso blog a história de como, desde o inicio de 2013, elas começaram a viver de house sitting permanentemente, para que isso servisse como mais um estímulo a todos que desejam seguir este caminho. Elas são um dos maiores expoentes da comunidade de house sitters pelo mundo e separaram um tempinho para compartilhar sua história conosco.

Nós conversamos por Skype com a Nat – no dia da entrevista Jodie não estava se sentindo bem – enquanto elas estavam encerrando seu house sitting no Colorado, nos Estados Unidos (hoje elas já estão em outro, em Yucatán, no México) e transcrevemos aqui o conteúdo principal de nosso bate-papo. (caso queira, veja o original, em inglês)

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Vocês são Australianas, mas estavam em Dubai quando se tornaram house sitters, não é? Como de lá vocês decidiram se tornar house sitters?

Eu tinha um emprego em Dubai, mas não gostava de trabalhar em escritório e decidi começar um negócio próprio com um sócio, mas que acabou indo à falência e nos deixou praticamente sem dinheiro algum.

Então eu não acho que nós decidimos nos tornar house sitters, porque nós começamos a fazer house sitting como forma de poupar dinheiro, já que a gente não tinha condições de pagar aluguel, nem de voltar pra Austrália.

De Dubai fomos pra Londres onde conseguimos dois acordos e depois emendamos outro na França, por quatro meses. E foi provavelmente na França que começamos a perceber que tínhamos conseguido um estilo de vida maravilhoso porque sempre tivemos vontade de viajar e não havíamos percebido que house sitting podia nos proporcionar isso. Antes nós achávamos que iríamos para Dubai ganhar bastante dinheiro e guardar algum para viajar, o que é o que a maior parte das pessoas faz, mas nossa história foi o completo oposto.

Leia mais: Como economizamos viajando o mundo por house sitting

Comparado às suas experiências em viagens anteriores, como house sitting mudou a forma de vocês fazerem turismo?

Nós não nos consideramos turistas no sentido tradicional, porque turistas ficam em hotéis e albergues e nós vamos para a casa de uma pessoa viver lá por um tempo. Isto cria um tipo muito diferente de viagem e um modo mais lento de experimentar o mundo. Em um acordo de house sitting você vira um local, tem vizinhos, conhece pessoas e a comunidade em volta muito bem.

E você ainda tem que cuidar dos animais, na maioria dos casos, do jardim, da piscina e qualquer coisa que a manutenção de cada casa exija. Logo, é um estilo muito diferente de viajar, mas é disparado o que nós mais gostamos.

Sabemos que não é para todos, mas se você gosta de viajar devagar e realmente experimentar a cultura local, house sitting é uma ótima maneira de conseguir isso.

Leia mais: Veja como é a rotina de um house sitting

Como vocês financiam suas viagens, visto que não recebem dinheiro como house sitters?

Como a maioria das pessoas, nós não recebemos pagamentos pelos nossos house sittings, porque a gente acredita que é justo ficar em uma casa e ter acomodação gratuita em troca de algumas tarefas e dos cuidados com os animais.

Nossa renda hoje funciona online. Nós somos “nômades digitais” e podemos trabalhar de qualquer lugar contanto que a gente tenha um sinal de Wi-fi. Este é o modo que muitos house sitters estão financiando suas viagens.

No nosso primeiro ano de viagem a gente não ganhou muito dinheiro, mas foi o suficiente para nos manter viajando. A gente ainda está no processo de construir nosso negócio e eu acho que para muitos outros que estejam na mesma posição, viajando pela primeira vez, querendo ter uma vida nômade ou montar um negócio próprio, ficar hospedado por house sitting é uma excelente opção pela economia que proporciona.

Leia mais: Como House Sitting pode te ajudar a ser um Nômade Digital

Você acha que algum dia vocês vão parar de viajar por house sitting e arrumar um local fixo para morar?

Não. Simples assim.

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É interessante que muita gente pergunta quando vamos ter um lugar fixo porque acham que a gente está sempre fora de nossa zona de conforto, mas para nós viajar é o que há de mais confortável.

Hoje a gente muda de um país ao outro a cada um ou dois meses. E a gente adora isso!

Por mim, ou por nós duas – e falo também em nome da Jodie – se um dia tivéssemos que arrumar um local fixo para morar de volta na Austrália iria ser muito desconfortável.

Que conselhos você daria a alguém que esteja hoje considerando a ideia de tornar-se um house sitter?

Acho que você deve se perguntar se é esta a maneira que você deseja viajar. Não se esqueça que você estará morando na casa de outra pessoa e que isto pode não ser muito confortável para você, mas há sempre uma maneira de deixá-la aconchegante o suficiente. Você também não poderá viajar de uma cidade para outra ou virar a noite em bares e festas por ter os animais para cuidar.

Você deve aprender a carregar menos bagagem também. É um longo exercício de desapego ter apenas determinado número de peças de roupa e itens tecnológicos, mas por mais desafiador ou assustador que isto possa parecer, também é muito libertador ter apenas um punhado de coisas e não aquele monte de pertences para se preocupar constantemente.

Estas considerações sempre devem ser feitas, mas nem todo mundo viaja o tempo todo por house sitting. Talvez só uma meia dúzia de pessoas no mundo faça isso, porque a maioria intercala com outros estilos de viagem e acomodação, fazendo do house sitting um período de descanso dentro de uma viagem maior.

Apenas vá e faça.

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Sobre o Autor

Carlos Arruda

Carlos Arruda é um viajante desde muito jovem, impulsionado por sua vontade de conhecer locais distantes desde muito cedo, mesmo com recursos limitados. Essa característica o transformou em um habilidoso planejador de viagens.

Com uma visão analítica e uma paixão por decisões baseadas em dados, Carlos acredita que o segredo para uma viagem livre de contratempos está na precisão do planejamento. Seu objetivo é encontrar o equilíbrio perfeito entre a quantidade de dados e informações disponíveis e a emoção de uma experiência especial.

Sua formação em arquitetura e urbanismo confere uma vantagem distinta às narrativas que desenvolve. Atualmente, como escritor dedicado ao mundo das viagens, seus artigos não se limitam à mera observação das estruturas urbanas, destacando os detalhes e explorando as complexidades das diversas culturas ao redor do mundo. Seus textos inspiram e capacitam os leitores a planejar suas próprias jornadas com precisão e confiança.

7 Comentários

Todos os comentários serão moderados previamente conforme as políticas do blog. Serão publicados e respondidos apenas após aprovação.

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  • Ao me cadastrar verifiquei que tem uma taxa de 119 dólares. É possível fazer o cadastro sem essa taxa? Para fazer um teste por exemplo?

  • Olá. Gostaria de saber se é possível fazer house sitting levando consigo seu animal de estimação? No meu caso tenho uma cadela e não conseguiria me separar dela.

    • Geralmente não, Kel. A não ser que seja acertado com o proprietário com antecedência. Mas a maior dificuldade talvez seja a de viajar internacionalmente om um animal brasileiro, pois as regras são extremamente rígidas.

    • Sara, o visto cada um deve conseguir independentemente do house sitting. Para a maior parte dos países o visto de turista já é o suficiente, uma vez que não cobramos nada para cuidarmos das casas.

  • Olá! Adorei as matérias sobre house sitting!
    Entrei nos sites de house sitters, mas estou com uma dúvida. Eu me cadastro e crio um perfil e os interessados entram em contato. Ou eu consigo achar casas que estão procurando? Pois vou pra NZ em dezembro e queria ver se já consigo essa forma de hospedagem. Obrigada!

    • Pode acontecer das duas formas, Rita. Um proprietário que se interesse pelo seu perfil pode contatar você diretamente, mas o mais comum é o inverso: eles anunciam suas propostas e os interessados escrevem mensagens se oferecendo à vaga.

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