Em Hawke’s Bay existe um lugar turístico em seu extremo sudeste chamado Cape Kidnappers. É uma península formada por inúmeros terremotos que se adentra pelo Oceano Pacífico. A Nova Zelândia fica no encontro de duas placas tectônicas, a Indo-Australiana e a do Pacífico.
Mais trilhas? Veja nossa caminhada por Mordor, de O Senhor do Anéis, no Tongariro Alpine Crossing.
Todo o caminho percorrido para se chegar ao Cape Kidnappers é cercado, de um lado pelo mar, cheio de rochas submergindo da água como indício de terremotos mais recentes, e pela parede formada por terremotos mais antigos, onde é possível ver camadas e mais camadas de terra de várias eras, algumas delas cheias de conchas, provando que um dia elas já fizeram parte do mar. Em seu final absurdamente lindo, encontramos um penhasco branco esculpido pelo vento e água, com uma solitária pedra pontuando o fim. Em suas costas, colinas verdes, cheias de ovelhas que nos levam ao seu cume, a reserva dos gansos-patola (em inglês gannet). É um lugar único e impressionante.
O que intriga todo turista é o nome dado ao cabo (traduzido Cabo dos Sequestradores). Em 1769, ao atracar ali, um membro da tripulação do Capitão Cook (responsável por cartografar a Nova Zelândia) foi quase sequestrado por maoris que ali viviam. Na tentativa, 2 maoris morreram e o tripulante conseguiu escapar.
Para chegar até o Cape Kidnappers, tem que seguir o caminho até Te Awanga, onde a estrada acaba em Clifton. Caso vá de carro, tem que se estacionar ali e continuar o caminho a pé por uma trilha na beira da praia. A ida e volta é de um total de 20km, demorando mais ou menos 5 horas e meia. Só é possível fazer a trilha em horários de maré baixa, pois é quando a terra surge e se é possível caminhar; e quando a reserva está aberta, geralmente entre final de outubro e começo de fevereiro, que é quando os gansos-patola já depositaram seus ovos. Outro jeito (mais caro e menos desgastante) é pagar um tour onde levam os turistas de trator pela praia. Para ir andando o custo é zero e a experiência é muito mais bonita. Porém, é preciso usar sapatos confortáveis e levar lanches, pois não existem lanchonetes ou algo do tipo pelo caminho. É um lugar ermo, mesmo.
Muitas famílias neozelandesas fazem seu passeio de final de semana lá. Levam seus quadriciclos e almoçam por lá mesmo. Muitas crianças com seus pais e cachorros com seus donos (mesmo sendo proibido entrar com animais).
Boa parte da caminhada é observando as paredes altíssimas em volta e o mar limpo. É bastante desgastante se caminhar nas praias de Hawke’s Bay, pois além de areia, elas são cheias de pedras, que tornam a trilha mais cansativa e irregular. É possível ver vários tipos de pássaros e focas (sim, focas!) pelo caminho. Lá pelo meio já vemos grandes rochas emergindo do mar, algumas com ninhos dos gansos-patola.
São pássaros bem diferentes, brancos com a cabeça amarela, olhos azuis e bicos brancos, delineados de preto, como um desenho. Já estão acostumados com a presença humana, então nem se manifestam quando chegamos, continuam buscando alimentos para seus parceiros e pousando sobre seus ninhos.
No final, nos deparamos com o lindo penhasco branco, com águas muito claras, de um verde lindíssimo. Ali começa nossa subida pela encosta até o cume, onde a maior colônia de gansos-patola pode ser observada, assim como uma vista fenomenal. É um local verde, coberto de grama e algumas ovelhas, bem agradável. Chegando ao topo, nos deparamos com MUITOS pássaros, todos atrás de um cercadinho, em cima de seus ninhos, buscando alimentos e sobrevoando nossas cabeças bem de pertinho.
Depois de um tempo lá em cima, é hora de descer antes que a maré comece a subir. São mais 3 horas para voltar e como já estávamos cansados da ida, voltamos totalmente destruídos. Por isso, mais uma vez, usem calçados confortáveis!
Apesar de todo infortúnio na volta, valeu MUITO a pena. Passeio lindíssimo, sem igual. Se for passar por Hawke’s Bay, reserve um dia para ir até o sensacional Cape Kidnappers.
Fotos SENSACIONAIS ! ! !
Obrigada Rafael, ficamos felizes com o retorno!
Abraço,
Larissa