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Visita à Casa de Anne Frank em Amsterdam

Casa de Anne Frank Amsterdam: uma foto de Domínio Público de Anne Frank em preto e branco com ela sorrindo

Em nossa visita a Amsterdam, o ponto turístico que mais queríamos visitar era a Casa de Anne Frank. A história de Anne é extremamente necessária e seu diário, escrito durante seus 2 anos de confinamento, um dos documentos mais importantes sobre o Holocausto judeu.

A Casa de Anne Frank é um museu situado na região central de Amsterdam. Transformada em museu depois da Segunda Guerra Mundial, esta edificação foi o local onde Anne Frank e sua família se esconderam dos nazistas por mais de dois anos, período durante o qual ela escreveu seu famoso diário.

Hoje, dentro do edifício foi instalado o Museu da Casa de Anne Frank, que se tornou um dos principais pontos turísticos de Amsterdam.

Lá, os visitantes podem percorrer as salas vazias que serviram como esconderijo para a família da adolescente durante os anos sombrios da guerra, ver exibições de seus pertences e entender como era a rotina enquanto estavam lá.

Para visitar o museu é necessário adquirir bilhetes com bastante antecedência. Devido ao excesso de turistas em Amsterdam aliado a alta demanda e ao limitado espaço interno do local é imprescindível comprar os ingressos assim que começar a planejar sua viagem para lá para garantir seu lugar.

O Museu Casa de Anne Frank em Amsterdam

Casa de Anne Frank Amsterdam: a porta do museu Casa de Anne Frank, escrito em uma plaquinha branca Anne Frank Huis. Algumas pessoas com guarda-chuvas rosas na frente

Uma das atrações mais procuradas em Amsterdam, a residência de Anne Frank transcende sua estrutura física, pois ela representa um período histórico marcante e trágico. Fica no famoso bairro Jordaan.

A casa onde a adolescente morava é uma dos monumentos mais icônicos de e com o maior e mais único conteúdo sobre a Segunda Guerra Mundial, especificamente o Holocausto.

Ela não é apenas uma construção onde Anne passou a sua adolescência, mas é um símbolo da resistência contra a opressão nazista que assombrou a Europa e o mundo no Século XX.

Foi neste ambiente que Anne Frank escreveu seu diário, enquanto estava escondida com sua família durante a ocupação nazista. Mais tarde o diário deu origem ao livro “O diário de Anne Frank”, que também teve versões posteriores em filme.

O lugar tornou-se um marco mundialmente reconhecido pela narrativa crua e emocionante de Anne sobre os horrores da guerra e as dificuldades enfrentadas por ela e sua família durante o período em que passaram escondidos.

Sua história continua a ensinar lições importantes para as gerações presentes, tocando corações ao redor do mundo através das palavras sinceras anotadas em seu diário.

Veja também: O que fazer em Amsterdam: 17 melhores pontos turísticos.

Quem foi Anne Frank?

Uma foto de Anne Frank em preto e branco sorrindo com os cabelos presos do lado
Domínio Público

Annelies Marie “Anne” Frank, nascida em 12 de junho de 1929 em Frankfurt, Alemanha, tornou-se uma das figuras mais representativas do Holocausto. A adolescente de origem judia, Anne, sua irmã Margot e seus pais, imigraram para Amsterdam quando Hitler e seu partido nazista começou a implementar sua política antissemita na Alemanha.

Infelizmente o nazismo também chegou à Holanda, e ela e sua família não tiveram outra escolha a não ser se esconder num anexo, um espaço secreto localizado na região central de Amsterdã, que ficava nos fundos do edifício onde seu pai trabalhava, mais precisamente no endereço: Rua Prinsengracht 263.

Anne já escrevia seu diário um pouco antes da mudança para o anexo, mas foi neste ambiente que ela desenvolveu sua escrita aos treze anos de idade.

Durante os dois anos em que estiveram escondidos no espaço conhecido hoje como ‘A Casa de Anne Frank’, ela documentou suas experiências e reflexões com incrível profundidade e percepção para alguém da sua idade.

O Diário de Anne Frank é uma narrativa direta dos horrores infligidos pela ocupação alemã durante os anos de guerra. Embora seja lembrada principalmente por seu trágico fim, o legado duradouro de Anne reside nas palavras deixadas no diário que se tornou uma das obras literárias mais influentes já escritas.

Contexto: Amsterdam durante a Segunda Guerra

Um tecido com várias estrelas amarelas que eram colocadas nas roupas dos judeus na Segunda Guerra Mundial
Museu Judaico

O período no qual Anne Frank viveu foi marcado pela ascensão do nazismo. O regime promoveu o antissemitismo, uma hostilidade intensa e generalizada contra os judeus.

Em resposta ao crescente poder e influência nazi na Alemanha, a família Frank decidiu deixar seu país natal em 1933 e estabelecer-se em Amsterdam. No entanto, no ano de 1940, a Holanda foi invadida pelas forças nazistas.

A partir de então a vida da população judaica que vivia na cidade mudou radicalmente.

Eles começaram a sofrer restrições progressivas que limitavam suas liberdades civis, como frequentar escolas regulares ou sair à rua após determinada hora, culminando com a exigência de usarem uma estrela amarela para serem identificados publicamente como judeus.

Quando as deportações para campos de concentração começaram em 1942, Otto Frank, pai de Anne e único sobrevivente da família, organizou um esconderijo secreto nos fundos do prédio onde funcionava sua empresa.

De julho de 1942 até agosto de 1944, os membros da família viveram neste anexo secreto junto com outros quatro refugiados judeus.

O anexo secreto

A parte de fora do edíficio onde fica a Casa de Anne Frank com tijolos avermelhados

O esconderijo, comumente referido como ‘Anexo Secreto’, serviu como refúgio para a família Frank e outras quatro pessoas. A entrada para o anexo era mantida oculta atrás de uma estante móvel instalada especificamente para esse propósito. A estante ainda está lá, com os mesmos livros da forma em que foi encontrada.

As janelas foram obscurecidas com cortinas pesadas para evitar que alguém percebesse a presença dos ocupantes.

O interior compacto e apertado do esconderijo consistia em quatro pequenas salas distribuídas por dois andares. A vida neste local era difícil e repleta de tensões; as condições eram precárias e todas as atividades diárias tinham que ser realizadas silenciosamente para não chamar atenção.

Foi neste confinamento que Anne escreveu grande parte do seu diário, relatando os detalhes da vida cotidiana no anexo e seus pensamentos profundos sobre a sua situação.

Hoje em dia, é possível visitar esta parte da construção transformada no Museu Casa de Anne Frank.

De casa oculta a símbolo cultural

A Casa de Anne Frank em frente a um canal em Amsterdam

Após o fim da guerra, a casa na Rua Prinsengracht 263, no bairro de Jordaan, permaneceu quase inalterada até ser adquirida pela Fundação Anne Frank em 1957, fundada por Otto Frank.

Temendo que o prédio fosse demolido devido à falta de manutenção, a organização trabalhou para preservar o espaço e assegurar seu futuro como um lugar educativo. Após reparos e renovações, o edifício reabriu suas portas ao público como o Museu Casa de Anne Frank.

Visitar hoje este local permite aos visitantes uma visão direta sobre os horrores do período através das lentes da experiência pessoal vivenciada por Anne e sua família.

O museu é composto por espaços expositivos que narram tanto a história pessoal dos ocupantes do anexo secreto quanto um contexto amplo da perseguição aos judeus durante a Segunda Guerra Mundial.

O diário original escrito por Anne durante seu tempo no esconderijo é também exposto no museu.

Hoje, embora tenha sofrido mudanças físicas ao longo dos anos, a Casa de Anne Frank permanece como um poderoso símbolo cultural.

Continua sendo uma lembrança da brutalidade da guerra e um testemunho das vidas que foram perdidas, mas também serve como uma mensagem de esperança, destacando o poder da resistência humana.

Dicas para visitar o Museu Casa de Anne Frank

Uma estátua de Anne Frank de olhos fechados num dia de céu azul

Uma visita à Casa de Anne Frank é uma experiência emocionalmente intensa e esclarecedora que requer algum planejamento para evitar complicações.

Caso você esteja hospedado em outra região da cidade, a dica é usar o transporte público e chegar até a Estação Central. De lá partem os Trams 13, 17, 2 ou 12 com paradas à frente da Casa de Anne Frank.

Um planejamento cuidadoso garante que a visita ocorra sem problemas e evita que o visitante deixe Amsterdam frustrado por não ter conseguido visitar um local tão importante.

Não é permitido tirar fotos no interior do prédio. Seja educado e respeitoso e guarde sua câmera durante a visita.

Endereço

A casa fica localizada na Rua Prinsengracht, 263, de frente para os canais de Amsterdam, mas o museu se expande para os edifícios vizinhos e a entrada fica na esquina, na Westermarkt 20.

Horário de funcionamento

O Museu da Casa de Anne Frank abre todos os dias, com pequenas variações de horários em datas significativas ao longo do ano.

Em dias comuns o museu está aberto das 9h às 22h.

Feriados como Natal, véspera de ano novo e datas especiais na Holanda, o museu fecha mais cedo, às 19h.

O museu fecha durante o Yom Kippur, o dia mais sagrado do judaísmo.

Duração da Visita

Em média, os visitantes passam cerca de uma hora na casa. No entanto, isso pode variar dependendo do seu interesse pessoal e tempo disponível. O ingresso tem horário de entrada, mas não há um limite de tempo para permanecer lá dentro.

Há disponibilidade de audioguias em diversas línguas, incluindo português brasileiro.

Agendamento Prévio

Outra dica importante é que, principalmente em feriados e finais de semana, a Casa de Anne Frank costuma ser uma experiência bastante concorrida.

Por isso, o ideal é reservar os ingressos com antecedência por meio do site oficial do museu.

Os bilhetes são liberados online toda terça-feira para até seis semanas antes da data pretendida para visita e tendem a ser vendidos rapidamente dada a popularidade deste local histórico.

No entanto, se você não tiver esta opção, prepare-se para a fila, ou também pela possibilidade de não haver mais ingressos. O local aceita cartão de crédito e débito normalmente.

Melhores horários para agendar

Incluir o Museu logo cedo em um dia de seu roteiro por Amsterdam pode ser benéfico. A casa tende a ficar mais lotada ao longo do dia, por isso chegar logo na abertura pode proporcionar um ambiente mais tranquilo para explorar o museu.

Valor do Ingresso

O valor dos ingressos é atualmente (em 2023) de 16 euros. A definição do valor é feita pelo próprio Museu Casa de Anne Frank, único lugar habilitado a vender os ingressos para os passeios em suas instalações.

Adolescentes e crianças tem descontos para as visitas.

Cabe ressaltar que estes valores podem sofrer alterações e devem ser confirmados no site oficial do museu antes da visita.

O papel do Diário de Anne Frank na visita ao museu

Dois livros sobre Anne Frank, O Diário de Anne Frank em quadrinhos e A Biografia

Se você quer entender todo o contexto por traz da visita, recomendo fortemente que você faça uma leitura prévia ao Diário de Anne Frank como uma forma de enriquecê-la ainda mais.

O contato com esta obra pode fazer com que você entenda melhor o cotidiano que a garota e os adultos de sua família viviam à época.

Escrito durante o tempo em que ela e sua família estavam escondidos na casa em Amsterdam, o diário fornece uma visão íntima das experiências e emoções de Anne.

Ao percorrer os cômodos vazios, pode-se entender melhor a magnitude e o alcance das suas motivações, medos e sonhos. Além disso, dentro do museu encontram-se algumas páginas originais do diário expostas para visualização.

São documentos históricos valiosos que testemunham as adversidades vividas por aqueles em situação semelhante durante os anos de guerra.

Portanto, considere incorporar a leitura do livro como uma preparação, pois isso dará ainda mais valor à experiência geral.

Caso tenha crianças a visitar a casa, aconselho o livro em história em quadrinhos, O Diário de Anne Frank, de Ari Folman.

Outros locais em Amsterdam ligados à Anne Frank

Além da Casa de Anne Frank, que é o mais conhecido dos pontos turísticos relacionado a ela em Amsterdam, existem outros lugares na cidade que mantêm viva a memória da menina.

Monumento de bronze

Uma estátua de bronze de Anne Frank em pé com os braços para trás

Há uma estátua de bronze representando Anne Frank no largo junto a Westermarkt, próxima à Westerkerk (Igreja Oeste), igreja mencionada diversas vezes no seu diário e que fica localizada perto do esconderijo onde viveu.

Casa da Anne Frank antes da vida no anexo

Os tijolos dourados do Holocausto de Otto Frank, Edith, Margot e Anne Frank

A família de Otto Frank vivia ao sul de De Pijp, no bairro de Amsterdam-Zuid antes de a situação em Amsterdam se agravar e precisarem se esconder. Fica no endereço Merwedeplein 37.

Não é possível visitar a casa, mas junto a entrada da edificação estão as pedras gravadas com chapa de metal (Stolperstein) com a inscrição dos nomes dos falecidos na guerra que funcionam como um memorial às vítimas.

Estátua junto à casa

A estátua de Anne Frank segurando duas pastas nos braços num lindo jardim cheio de verde num dia de sol

Na praça localizada em frente à casa original da família é possível ver mais uma estátua em homenagem a Anne Frank.

Escola Montessori

A poucos metros da casa fica a Escola Montessori onde Anne estudou nos anos anteriores à invasão nazista da Holanda. A escola permanece em funcionamento e caminhar até lá serve como recordação do ambiente e vivências pré-guerra de Anne Frank.

Mural em Amsterdam Noord

Um mural de Anne Frank feito pelo artista brasileiro Kobra

Do outro lado da cidade, em Amsterdam Noord, em uma das fachadas do STRAAT, o museu de street art, foi instalado um enorme painel em homenagem a Anne Frank feito pelo artista brasileiro Eduardo Kobra.

Tour pelo Bairro Judaico

Uma foto do bairro judaico com a estrela de Davi bem ao centro

Pelo bairro judaico de Amsterdam são oferecidos alguns Walking Tours com guias que contam a história de Anne Frank e de Amsterdam durante a Segunda Guerra.

A caminhada passa por pontos turísticos como:

  • a Sinagoga Portuguesa;
  • o Museu Histórico Judaico;
  • o Monumento a Auschwitz.

Note, no entanto, que estes tours não incluem ingressos para a Casa de Anne Frank, que é vista apenas pelo exterior durante a caminhada.

A importância de visitar a Casa de Anne Frank em Amsterdam

Um desenho de Anne Frank em estilo pop art escrito Luv me Better

Nunca é bastante reiterar a importância histórica e cultural que a Casa de Anne Frank em Amsterdam representa.

A casa, onde uma menina redigiu seu famoso diário durante um dos períodos mais sombrios da história moderna, é uma peça viva que nos permite refletir sobre os eventos do passado.

A visita à Casa de Anne Frank é não só um mergulho na história mas também um tributo à resistência humana frente às adversidades.

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Sobre o Autor

Larissa Pereira

Escritora de viagens, fotógrafa e graduada em história da arte, Larissa equilibra com maestria suas muitas paixões. Seus artigos exibem uma perspectiva histórica e cultural em suas narrativas de viagem, transformando cada destino em uma tela rica em detalhes e curiosidades.

Como fotógrafa, Larissa utiliza sua lente para registrar todos os momentos do blog, traduzindo a beleza de cada local em histórias visuais. Seu olhar para detalhes aprimora a experiência, permitindo que os leitores embarquem virtualmente em suas viagens.

Larissa é também a apresentadora do canal do Vida Cigana no YouTube, onde compartilha dicas e explica atrações em detalhes, desenvolvendo itinerários e inspirando outros a vivenciarem suas próprias jornadas.

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