Pouco acima de Wellington, para muitos turistas, na desconhecida costa oeste da Ilha Norte da Nova Zelândia, encontram-se duas regiões muito pouco exploradas: a de Manawatu-Whanganui e Taranaki. Ambas são banhadas pelo Mar da Tasmânia e possuem cidades muito bonitas e interessantes. Visitamos duas delas, Whanganui (ou Wanganui) e New Plymouth.
Whanganui
Whanganui é a cidade onde deságua o rio de mesmo nome, o maior navegável da Nova Zelândia, cuja nascente fica no Monte Tongariro. Historicamente a região foi palco de constantes desavenças entre tribos maori, que ocupavam o local quando os europeus chegaram, e estes, que tomavam a terra sem permissão e tinham enorme interesse por seu porto. Até os dias de hoje manifestações tomam a cidade pelos mesmos motivos de séculos atrás.
A cidade é dividida pelo rio, com a parte mais urbanizada ficando na margem norte. No rio Whanganui ainda é possível fazer um passeio de barco ou somente andar de bicicleta e tomar sol em suas margens. É um local muito agradável, bonito e arquitetonicamente bem antigo e preservado.
Do outro lado, na margem sul, encontra-se a Torre do Memorial de Guerra, de onde é possível observar toda a cidade do alto.
E ainda no sul, a igreja anglicana de Saint Paul é muito famosa pelo seu interior, totalmente trabalhado com técnicas maori de escultura em madeira. É realmente incrível. Para entrar é preciso buscar a chave no iSite da cidade e deixar 20 dólares de depósito para o caso dela não ser devolvida. Fotografias dentro da igreja são proibidas, pois os maori acreditam que fotos removem o sagrado de suas edificações.
Voltando à margem norte do rio, atravessando sua ponte principal, a City Bridge, chega-se direto na Victoria Street, a rua mais conhecida da cidade. Vários prédios antigos ainda permanecem de pé, tudo muito bem preservado e bonito, tornando o passeio bastante agradável.
Na saída da cidade, já na estrada rumo ao oeste, fica o Lago Virginia, grande e bastante bonito, ótimo para uma tarde de descanso e piqueniques. Vários patos e cisnes moram no lago, tornando o local bastante lúdico.
New Plymouth
No extremo oeste da ilha, na região do Taranaki, New Plymouth é a maior cidade da região. A área é assim chamada devido ao monte de mesmo nome, que reina na paisagem. É um vulcão ativo e um dos mais simétricos do mundo, tendo a forma quase perfeita de um cone.
A base do vulcão é bem acessível de carro, ficando a 20 minutos do centro da cidade. De lá é possível fazer uma trilha de um dia inteiro até o cume (de 8 a 10 horas de caminhada) ou, no inverno, esquiar montanha abaixo. Se seu desejo for conhecer esta montanha tão fascinante, seu caminho passará obrigatoriamente por New Plymouth.
Foi também neste trecho da costa oeste neozelandesa nosso primeiro contato com o Mar da Tasmânia. A cidade e toda a costa oeste que contorna o Taranaki é muito frequentada por surfistas, onde suas belas praias de areias negras formam incríveis ondas (a estrada que o circunda ainda é chamada de “Surf Highway”).
No final da praia, uma lanchonete/container gerenciada por franceses é um ótimo ponto para assistir ao pôr do sol e pedir uma pizza.
New Plymouth em si não é nada mais que uma grande cidade para os padrões neozelandeses. Mas com seu centro compacto, é caminhável e bem interessante para vaguear, tomar um café e observar obras de arte ao ar livre, como o Wind Wand, uma obra gigantesca do artista kiwi Len Lye.
Durante o alto verão, a cidade ainda comporta o Festival das Luzes no Pukekura Park, que fica aberto durante a noite, totalmente iluminado em cores neon. O parque em si, de dia, já é bastante agradável, mas durante o festival é possível navegar pelos lagos em gôndolas fluorescentes, o que torna tudo mais interessante.
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