Quando alguém decide visitar a Inglaterra o que vem em mente são sempre palácios, castelos e ônibus vermelhos de dois andares. Poucos imaginam que, ao visitar a Inglaterra, seria possível também visitar ruínas romanas, pois muita gente não sabe que o Império Romano chegou ao país. Mas sim, o Reino Unido de hoje fez parte do tour romano na Idade Antiga e é possível ver complexos que estão entre a lista de monumentos mais importantes do país. Os principais deste são as termas romanas de Bath, ou “The Roman Baths” em inglês, em uma linda cidade a um pouco mais de uma hora de distância de Londres.
Mais sobre o Império Romano na Inglaterra: York, na Inglaterra: a histórica cidade ao norte do país.
Como nós sempre nos interessamos por história, e especialmente pelo Império Romano, ao descobrirmos que existia uma joia como as termas romanas em Bath, na Inglaterra, logo a colocamos em nossa lista de cidades a visitar.
Para se entender um pouco sobre a presença dos romanos na Inglaterra
Já havíamos visto ruínas romanas antes em Barcelona e, especificamente no Reino Unido, na cidade de York, no norte da Inglaterra, mas em nenhuma das duas era possível ver a dimensão real de um prédio romano. Em Bath pela primeira vez pudemos caminhar em um edifício romano, naquele que formava as Termas Romanas de Bath.
A região de Bath já era conhecida pelo povo celta por suas águas termais, e um santuário ali foi erguido em homenagem à deusa Sulis, entidade atribuída à cura de pragas. Reza a lenda que um rei bretão foi ali curado da lepra após mergulhar em suas águas.
Com os romanos conquistando o que vieram a chamar de Britânia, no ano de 75 d.C., sob ordem do imperador Vespasiano, foram construídos espalhados pela área alguns templos e as termas romanas de Bath formando um pequeno assentamento ao redor delas. O nome dado à cidade foi de Aquae Sulis, ou as águas de Sulis. Os romanos, com muita sabedoria, agregavam a cultura dos povos que caiam sob seu regime, e nesse caso, passaram a associar Sulis à deusa Minerva (ou Atena, na mitologia grega).
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As termas romanas de Bath (The Roman Baths)*
Chamamos as termas romanas de Bath, assim, no plural, porque a edificação contava com três diferentes tipos de banhos: os quentes (em latim caldarium), os mornos (tepidarium) e os frios (frigidarium). Cada um deles possuía um propósito medicinal e atraía pessoas de várias partes do Império Romano que queriam se curar ou se manter saudáveis. Hoje em dia sabe-se que as águas em nada modificavam a saúde dos que ali nadavam, sendo apenas um mito e moda da época.
Hoje preservadas, as termas romanas de Bath são uma das atrações mais visitadas no Reino Unido. Consideradas Patrimônio Mundial da UNESCO, foram redescobertas no século XVIII, restauradas e abertas ao público, mas sem ser possível se banhar, pois as suas águas atualmente são classificadas como impróprias devido ao alto índice de chumbo e à contaminação radioativa que sofreram durante a Primeira Guerra Mundial.
Mesmo sem poder experimentá-las do modo como os romanos faziam, a visita é muito impactante, ajudando a entender como o local funcionava há milênios atrás.
Na entrada o visitante recebe um áudio-guia que explica cada ponto importante do complexo. Detalhes voltados ao entendimento das crianças também estão disponíveis no local.
A primeira parte do complexo abriga o museu, com inúmeras salas repletas de relíquias. Durante todo o trajeto até a grande terma, passamos por várias alas onde podemos ver objetos recuperados, como moedas que eram arremessadas nas águas, esculturas romanas, manuscritos e lápides. Além disso, reconstruções feitas no computador permitem ao visitante comparar virtualmente o ambiente em que ele está ao que era no passado. Tudo muito bem planejado e executado.
O ponto final do passeio é na grande terma, uma enorme piscina de coloração verde cercada de uma fileira de colunas em estilo romano. Lá se encontram funcionários do Roman Baths vestidos de romanos e se comportando como tal. É muito impressionante sentar na beira da piscina e tentar imaginar o passado acontecendo ali, com romanos vindos de longe para se banharem todos juntos ali, na Inglaterra, um país tão frio.
Ao encerrar o passeio, não deixe de passar na Pump Room e beber das águas direto das fontes. Quentinha e com gosto de ferro. Eca!
O prédio que circunda as termas foi projetado no século XIX em estilo neoclássico, sendo depois expandido no estilo vitoriano, em um trabalho que envolveu dois renomados arquitetos, pai e filho, ambos chamados John Wood. Os Wood são responsáveis pela famosa revitalização arquitetônica de Bath, o que a torna única na Inglaterra.
E afinal, de onde surgem essas águas quentes?
As águas que brotam nas termas romanas de Bath provêm das chuvas que penetram o subsolo, sendo filtradas naturalmente a quase quatro mil metros de profundidade e aquecidas pela aproximação com o núcleo terrestre, chegando a quase cem graus Celsius! Depois, a pressão a faz voltar também naturalmente à superfície através de uma falha geológica, desembocando cerca de um milhão e cento e setenta mil litros nas termas diariamente.
Os romanos, naquela época, foram capazes de canalizar as águas vindas das profundezas e usá-las para o que mais gostavam de fazer, se banhar.
*Larissa e Carlos visitaram as termas romanas de Bath a convite do The Roman Baths.
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