Depois de termos atravessado por terra a fronteira com o Laos, chegamos à nossa primeira parada em uma cidade da Tailândia, no extremo norte do país: Chiang Rai.
Nossa estadia em Chiang Rai começou a ser planejada quando vimos uma foto magnífica do seu famoso Templo Branco. Precisávamos de todo jeito passar um tempo na cidade, admirar de perto todos os detalhes daquela obra e tentar conseguir fotos parecidas com aquela que havíamos visto.
E já que iríamos passar um tempo em Chiang Rai para conhecer o Templo Branco, por que não explorar tudo o que a cidade tem a oferecer?
Mas por que visitar Chiang Rai, no norte da Tailândia?
Chiang Rai fez parte do antigo reino de Lanna dos séculos XIII ao XVIII e até hoje a região apresenta aspectos de sua cultura, arte e culinária que diferem da do centro e sul do país, mantendo parte de suas características intactas, com muitas pessoas vivendo em tribos em meio às montanhas. De Chiang Rai é possível fazer tours até esses povoados e observar a vida dos moradores bem de perto.
Veja mais: Como planejar sua viagem (e montar seu roteiro) pelo Sudeste Asiático.
Na época do Império Lanna, Chiang Rai chegou a ser a capital do reino por um período e foi lá que encontraram a estátua de Buda mais famosa de toda Tailândia e considerada o maior símbolo do país, o Buda de esmeralda (que na verdade é feito de jade). Hoje a estátua se encontra na capital do país, em Bangkok.
Chiang Rai também serve de base para quem quer visitar o Golden Triangle, a tríplice fronteira entre Tailândia, Laos e Myanmar. Uma região belíssima em meio às montanhas, onde os rios Mekong e Ruak ainda correm juntos.
Mas a razão que leva milhares de turistas até Chiang Rai é aquele mesmo motivo que nos fez incluí-la em nossa viagem: o Templo Branco, chamado Wat Rong Khun em sua versão local.
Dica: Para conhecer Chiang Rai como um bate e volta a partir de Chiang Mai, reserve o tour que inclui tanto o Templo Branco quanto o Golden Triangle.
O Templo Branco em Chiang Rai, Tailândia: arte contemporânea em formato de templo budista
Wat Rong Khun ou o Templo Branco, como é mais conhecido é um templo muito, muito… “curioso”, na falta de um adjetivo melhor. Na verdade, nem templo é, mas sim uma arte contemporânea em forma de templo budista. Ou melhor, ainda funciona como um templo, mas vem envelopado com arte contemporânea. Quer dizer… é confuso. O limite entre uma função e outra, entre arte e religião, praticamente não existe no Templo Branco. E talvez seja justamente isso que cause tanto fascínio.
O templo budista que virou instalação de arte
No local onde hoje está localizado o Templo Branco de Chiang Rai, havia um antigo templo budista chamado Wat Rong Khun. Em determinado momento o artista contemporâneo tailandês Charlemchai Kositpipat comprou o templo e se propôs a restaurá-lo usando seu próprio dinheiro e, claro, suas próprias ideias, concepções e visões de mundo.
Apesar de ao longe você não identificar nada de estranho, antes mesmo da entrada já é possível notar que há algo de… incomum no Templo Branco.
Conheça também: Luang Prabang, no Laos, a queridinha do Sudeste Asiático.
A ponte que leva ao acesso principal é muito impactante, cercada de mãos para fora da terra, como se estivessem saindo de suas profundezas, algumas carregando jarros e outros objetos. Seria uma cena infernal, se a cor branca não trouxesse certa paz.
Após a ponte, nos deparamos com as duas estátuas mais famosas do templo branco, formando o chamado Portão do Paraíso. É o ponto mais impressionante do passeio.
Mas é somente dentro da construção principal que você realmente entende a loucura do local. As paredes internas do templo branco são forradas com pinturas recheadas de elementos e personagens da cultura pop como Michael Jackson, Freddie Krueger, Hello Kitty, Harry Potter e Superman. Uma doidera só, mas muito divertido! Infelizmente não é permitido tirar fotos ali e vocês terão que acreditar na gente (ou programar uma visita a Chiang Rai o quanto antes). Segundo o artista, o interior do templo branco representa a mente humana e toda a sua complexidade.
Do lado de fora segue a mistura, com os gramados ao redor do templo repletos de estátuas de ícones que ninguém mais pensaria ver em um templo budista, como Wolverine, Gollum, Hellraiser, Avatar e outros. É bem engraçado andar pelo jardim reconhecendo cada uma daquelas cabeças penduradas.
Todos os prédios do conjunto são em estilo tailandês clássico, em cor branca (exceto um deles, o chamado Prédio Dourado, que é… dourado) e cobertos de fragmentos de espelho, fazendo com que eles brilhem quando o sol bate. Lindo demais. Só vendo!
O projeto, inaugurado em 1997, mas em constante expansão, colocou definitivamente Chiang Rai no mapa do turismo na Tailândia, e quando finalizado (previsto para 2070), terá nove prédios no total. Mesmo assim, o que já existe por lá é impressionante por si só.
Como visitar o Templo Branco a partir de Chiang Rai
O artista acredita que o templo branco é um presente de Buda, no qual ali todos podem aprender sobre budismo, meditar e buscar a paz. Mas, com a quantidade de turistas que visitam o local a cada minuto, paz não é o que você irá encontrar ao chegar lá, já que todo o conjunto do Templo Branco e seus arredores estão constantemente abarrotados de turistas.
Como a entrada para o Templo Branco é gratuita, é bom reservar o dia para poder apreciar bem o local, já que, para observar seus detalhes com atenção, é preciso entrar inúmeras vezes no local. A visita ao templo branco possui um caminho único pré-determinado e não é permitido retornar a um ponto anterior “na contramão”. Nós perdemos as contas de quantas vezes demos a volta completa no local e refizemos o circuito para conseguir ver tudo e tirar boas fotos.
Por tudo isso, apesar de muita gente visitar em tours organizados desde Chiang Mai (a maior cidade da região, a duas/três horas de distância) o melhor conselho é ir sem agência. De Chiang Rai dá para conseguir um tuk-tuk ou mesmo um ônibus regular (sai da rodoviária antiga, no centro) que leve você até o templo branco.
Fique hospedado em Chiang Rai e reserve seu tempo para rodar pelo local com calma. É bom ir bem cedo ou no final da tarde, quando os ônibus de turistas param de chegar. Chegamos lá depois do almoço, quando o templo voltaria a abrir e tivemos sorte de sermos os primeiros a colocar os pés no templo principal. As fotos que conseguimos sem ninguém ao redor foram tiradas em questão de segundos, pois uma onda de turistas vinha chegando.
Onde ficar hospedado em Chiang Rai*
Ficamos hospedados no Maryo Resort Chiang Rai, um hotel novinho em folha bem próximo ao centro, mas longe o suficiente para termos a tranquilidade necessária. Foi a melhor coisa que fizemos.
Depois de atravessar a fronteira do Laos com a Tailândia de uma maneira um tanto turbulenta, nada melhor do que chegar à sua acomodação e ver que ela te proporciona todo o conforto do mundo. Por mais que o nome “resort” afaste os viajantes menos afortunados, o Maryo Resort apresenta acomodações para todos os bolsos, de quartos luxuosos a outros mais simples, mas não menos aconchegantes, voltados para mochileiros.
Era tudo o que queríamos e precisávamos por todo o cansaço de viagem acumulado. Chiang Rai serviu assim para nós, além de um destino turístico, como uma parada para relaxar e curtir a vida.
E o legal de ficar em resort é que fornecem tudo para sua comodidade, como um serviço de shuttle gratuito para buscar os hóspedes que estão chegando e levar os que estão partindo ou querendo visitar o centro da cidade, onde acontece o Night Bazaar, a feirinha noturna de Chiang Rai. Tudo muito confortável.
Anexo ao hotel, ainda podíamos aproveitar o Le Chaba Restaurant, onde experimentamos o melhor da culinária tailandesa por um preço magnífico!
Era tão mais barato fazer as refeições lá do que na cidade que provamos de tudo, desde o maravilhoso café da manhã, passando por grande parte dos pratos como o famoso pad thai, penang, satay e muitos frutos do mar. Tudo acompanhado pelo delicioso Roselle Tea, um chá feito a partir de uma espécie de hibisco. Simplesmente maravilhoso!
*Larissa e Carlos ficaram hospedados no Maryo Resort Chiang Rai a convite do hotel durante sua passagem por Chiang Rai.
Olá! Adorei a matéria, mas fiquei com uma dúvida: qual seria a melhor forma de se locomover entre os templos em chiang rai pensado que são distantes um dos outros?
Obrigada pela atenção e pelas dicas’
Taxi, onibus ou tuk tuk. Ou em passeios pré-organizados. Não sei dizer se carros de app já estão disponíveis nessa região, como em Bangkok.
Oi
A entrada para o Templo não eh gratuita… Custa 100 baht. Eh legal atualizar essa informação pois depois de ler a sua matéria, levamos dinheiro por sorte kkkk
Oi Mary, desculpa… estivemos lá em 2015, precisamos voltar para atualizar as informações.
Bom dia/tarde.
Eu vou para Chiang Rai, e daí sim, por terra, tenciono ir para Laos. Depois de Laos, e mais uma vez por terra irei para o Vietnam fazendo a costa e a meio do caminho virar para o Cambodia.
Visto para o Vietnam já tenho mas estou um pouco confusa com tudo o que li, e não percebi bem se consigo fazer o visto para Laos/Cambodia só em Laos/Cambodia ou noutro pais asiático. Poderei fazer os vistos no Vietnam ou até na Tailândia? Quanto tempo demoram os vistos a ser feitos fora dos aeroportos e postos?
Muito obrigada
Filipa, tanto Laos quanto Camboja oferecem a possibilidade de emitir o visto na maioria das fronteiras terrestres. Veja nos posts linkados aqui se seu trajeto passará por alguma delas.
Fico me perguntando como monges conseguem mau tratar animais, já que a fé deles prega o contrário. Trágico isso! Não pode andar com vestimenta inadequada, mais pode mau tratar um ser vivo. fico super revoltada!
Oi Janaína, onde no texto fala que monges maltratam animais? Não entendi seu comentário… Também nos revoltamos muito com turismos com animais, mas não podemos dizer que são monges que realizam isso. Pelo menos nunca vimos durante nossas viagens.
Os monges maltratando os animais e você assassinando a língua portuguesa!
Primeiramente parabéns pelo blog!! Estou amando e devorando cada detalhe rs… Estou começando minha pesquisa e montando meu roteiro de viagem e após ler sobre Chaing mai e Chaing Rai fiquei super em dúvida em qual ficar alguns dias. Quero muito conhecer o Templo branco, porém também queria muiito fazer o passeio até o park do elefantes e tb conhecer a tribo das mulheres girafas. Mas estou me sentindo mais atraida por Chaing Rai. O que vcs me aconselham? Acha que da pra ir direto de Bangkok para chaing Rai? Nossa acho q vou gastar 1 ano só para fazer esse roteiro rs… quanto mais pesquiso mais quero conhecer todos os países do Sudeste asiático mas infelizmente não tenho como ficar mais de 1 mês. Me ajudem please!!
Oi Lene, tem muito mais coisa pra fazer em Chiang Mai do que em Chiang Rai. mas nós aconselhamos que o roteiro inclua as duas se der tempo. Uns 4 dias em Chiang Mai e um ou dois em Chiang Rai.
Ao montar o roteiro, tome bastante cuidado ao escolher estes parques de elefantes, pois a maioria explora os animais e não gostamos de insentivar este tipo de turismo. A mesma dica vale para a tribo das mulheres girafa, que é uma “atração” muito cruel e não deve entrar no roteiro.
EIta, sensacional esse artigo. Salvei teu blog nos favoritos aqui. Valeu!
Obrigada Carol, ficamos muito felizes com o retorno! Beijos
Completamente apaixonada pelo blog. Parabéns Larissa e Carlos pelas excelentes fotos e pelo belo trabalho.
com certeza o blog irá me ajudar e muito, excelentes dicas de hospedagens e passeios.
PARABÉNS
Obrigado! Agradeço em meu nome e da Larissa! é muito gratificante ter esse retorno. 🙂