O processo de colonização da Nova Zelâdia trouxe ao país todos os esportes que eram populares no Império Britânico à época. Ainda hoje, mesmo após ter Governo e sistema econômico independentes, o país se mantém vinculado ao Commonwealth (e reconhecendo a Rainha Britânica como Chefe de Estado), fazendo que os esportes praticados na Nova Zelândia, assim como boa parte dos costumes, sigam sendo perpetuados da mesma forma que ocorriam nos séculos de colonização.
Preparamos uma relação contendo 6 esportes praticados na Nova Zelândia que parecem estranhíssimos a quem cresceu no Brasil onde apenas o futebol é difundido nacionalmente.
1. Rugby (Rugby Union)
Você provavelmente já ouviu falar bastante sobre Rugby e associa a Nova Zelândia imediatamente ao esporte (é realmente quase impossível falar de um sem citar o outro), mas você faz ideia de quantas variações podem ser jogadas? E que apenas uma delas os neozelandeses consideram ser Rugby “de verdade” (coincidentemente a única em que são os grandes expoentes do esporte)?
O Rugby dos “All Blacks”, do Haka, o esporte que é quase uma religião no país e no qual a Nova Zelândia é imbatível é o “Rugby Union”.
Com 15 jogadores pra cada lado, é a versão mais popular do esporte no mundo, e por isso, sempre que se fala genericamente em “Rugby” é a este modelo que estarão fazendo referência.
Os neozelandeses, no entanto, são mais radicais quanto às denominações e só aceitam que esta modalidade seja chamada simplesmente de “Rugby”. As outras são apenas as outras.
2. Rugby League
Com apenas 13 jogadores em cada equipe e um campo um pouco menor, entre outras diferenças nas regras, o Rugby League também é bastante praticado na Nova Zelândia, mas é popular de verdade na Austrália, onde a versão é mais difundida que o “Union”.
Para quem entende um pouco do esporte, a principal diferença visual na dinâmica de jogo é que no League não se forma um “scrum” quando alguém é derrubado. E com um campo com marcações a cada 10 metros, o Rugby League parece um ponto intermediário entre o Rugby Union e o futebol americano.
A TV Neozelandesa transmite os jogos da NRL – a liga australiana de Rugby League, mas caso esteja passando em algum bar não arrisque dizer que aquilo ali é Rugby. E, especialmente, caso seja um jogo da seleção nacional, em hipótese alguma diga a um neozelandês que aqueles são os “All Blacks”. Apesar de também jogarem de preto, a seleção de Rugby League da Nova Zelândia é chamada de “Kiwis” e, ao contrário dos All Blacks, sofrem demais para ganhar dos “Kangaroos”, a seleção australiana.
3. Rugby Sevens
Rugby Sevens, ou apenas “Sevens”, como é chamado na Nova Zelândia (afinal o “Rugby” é o outro, apenas) é outra variação muito praticada no país, mas que não é levada tão a sério.
Com apenas 7 jogadores em cada equipe e somente dois tempos de 7 minutos cada, o Sevens ganha atenção do público especialmente como diversão ao fim da temporada regular de Rugby Union.
Como, somando os dois tempos e intervalo cada partida dura apenas 15 minutos, campeonatos inteiros são jogados em apenas um ou dois dias. O Wellington Sevens é um torneio tradicional que ocorre todos os anos na capital do país, mas funciona mais como festa com bebida liberada e atrai gente que se enturmaria muito bem na antiga geral do Maracanã, como vocês podem notar aqui.
É esta modalidade que estará presente nas Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro. E portanto, não se engane, serão os “All Blacks Sevens” que estarão no Brasil e não o time principal.
4. Críquete
Críquete é daqueles esportes que nunca foram muito além dos países do Commonwealth e parecem estranhos à maior parte das nações que o veem de fora. É sempre ligado à Índia e ao Paquistão, onde é o esporte mais popular, mas também é jogado, além da Ásia e Oceania, em alguns países da Europa, África e Caribe.
Por usar um bastão para rebater a bola arremessada, o esporte que mais se assemelha ao críquete é o beisebol, mas as afinidades não vão muito além disso.
As regras são complexas e o jogo extremamente longo. Uma partida regular de críquete pode durar cinco dias e ao final ainda terminar empatada! Felizmente a Copa do Mundo é jogada no modo ODI (One Day International) forçando as partidas a durarem “apenas” um dia, em geral de 6 a 7 horas cada.
Na Nova Zelandia as temporadas de críquete e rugby se intercalam, o primeiro sendo jogado no começo do ano e o outro a partir do segundo semestre, o que faz com que o kiwi típico acabe acompanhando os dois esportes regularmente.
Para os meninos neozelandeses que não consigam se tornar um “All Black” ser parte dos “Black Caps”, a seleção nacional de críquete, é a mais alta honraria esportiva.
Neste ano de 2015 os Black Caps chegaram pela primeira vez a uma final de Copa do Mundo mas, jogando em Melbourne, perderam de lavada para os australianos, os maiores vencedores da história da competição.
5. Netball
Tentando explicar, Netball é uma espécie de basquete, já que o objetivo é fazer uma cesta, mas não existe uma tabela, apenas um aro suspenso. É jogado com uma bola que parece a de vôlei e é proibido quicá-la ou andar enquanto estiver com de posse dela.
Essa é a melhor descrição que consigo fazer do esporte que é extremamente popular na Nova Zelândia e jogado quase exclusivamente entre as mulheres. Ser uma das “New Zealand Silver Ferns” é o maior objetivo esportivo das meninas locais que têm enorme rivalidade com as “Australian Diamonds”, a seleção vizinha com quem disputam a hegemonia do esporte.
6. Bowls
Não tão popular quanto os demais, sendo jogado em clubes, mas fazendo parte dos “Commonwealth Games“, o Bowl ou Lawn Bowl é um esporte visualmente parecido com a Bocha jogada no Brasil, pois ambos têm como objetivo lançar uma bola o mais próximo possível de uma outra menor. Mas enquanto a versão nacional é jogada em quadras de saibro ou sintéticas com bolas esféricas, na Nova Zelândia o Bowl é praticado na grama e as bolas arremessadas são levemente achatadas nas laterais. Os dois têm em comum o fato de serem ideais para serem praticados também por idosos, por não exigirem muito esforço físico.
qual e o mais praticado
Que demais esses esportes…
Não é? Sensacional ver a diferença pro Brasil.