Durante seis semanas, entre abril e maio, nos comprometemos com um house sitting da West Coast, provavelmente uma das regiões mais isoladas da Nova Zelândia. A cidade em que moramos se chama Hector e possuía apenas 150 habitantes, com uma dezena de ruas e um mercadinho na entrada do povoado, nas margens do rio Ngakawau. A cidade grande mais próxima é Westport, e fica a uns 25 minutos de carro.
No processo de acordo, tínhamos duas propostas de house sitting para o mesmo período, esta na West Coast, e uma em Oamaru, na região de Otago. Nós decidimos por Hector pela extrema raridade em encontrar ofertas nessa região e pela oportunidade de conhecer essa área tão isolada, porém tão rica em história e em belíssimas paisagens.
Leia Mais: Descubra o que é house sitting e como conseguir hospedagem gratuita em suas viagens.
Os animais e a responsabilidade de cuidar de uma gatinha doente
Nossa missão seria cuidar de um cachorro, Rufus, da raça schnauzer, e de três gatas, Pickle, Tiger e Rosie, de 12 anos de idade. Parecia tudo tranquilo, afinal, já havíamos cuidado de dez animais no house sitting de Auckland. Mas duas semanas antes de iniciarmos na casa nova, Tiger foi atropelada e estava se recuperando dentro de uma gaiola de reabilitação. Além de três fraturas, ela se encontrava com uma ferida enorme nas costas que precisava ser tratada todos os dias.
Leia Mais: Veja como foi nosso house sitting na região rural de Auckland
A dona da casa disse que não precisaríamos cuidar dela, que poderia deixar a Tiger em algum veterinário. Mas sabemos bem que animais odeiam ficar em ambientes que não conhecem, ainda mais por longos períodos, e especialmente no caso dela, sentindo dores e estando debilitada. Resolvemos nos comprometer em cuidar dela, afinal, o que ela mais precisava era de amor e carinho (e eu, Larissa, já tive gatos desde que me entendo por gente e já passei pelas mais diversas situações).
Nossa rotina com os animais no house sitting da West Coast
A rotina com a Tiger era alimentá-la duas vezes por dia, dar analgésicos e antibióticos, limpar e cobrir com Manuka honey (um mel medicinal maori magnífico!) a ferida. Foi incrível ver dia após dia o machucado ir diminuindo até sumir. Além disso, era preciso limpar toda a gaiola, trocando o que estivesse sujo.
Já com as outras gatas foi tudo tranquilo. Pickle era a gulosa da família, tinha o canto dela no segundo andar da casa e era super amiga de Rufus, o cachorro. Eles têm a mesma idade e adoravam correr juntos atrás de bolinhas. Já Rosie era meiga e possuía um miado muito engraçado, que às vezes nem saía som nenhum quando ela abria a boca. Certa vez deu a louca nela, que resolveu arranhar a porta do quarto de madrugada, querendo dormir com a gente.
Com o Rufus foi tudo muito divertido. De início ele se mostrou tímido, mas logo descobrimos um cachorro muito educado e animado, meu companheiro de sonecas e que adorava andar de carro. Foi o primeiro cachorro para qual levamos para pontos turísticos e ele simplesmente adorava.
Por mais que tenha sido uma experiência bem diferente, pois estávamos no meio do nada (mesmo!) e pelo outono lá ser altamente chuvoso, foi agradável ter conhecido todos eles, e também seus donos, pessoas que visivelmente amam seus animais e que adoraram nos receber.
Aiiiiii que lindos esses bichos!! Amo cachorro e gato e tenho lido aqui no blog de vcs cada uma das experiencias que tiveram pela NZ e estou cada dia mais apaixonada pelo país e pela ideia do HS! Com certeza amaria passar um ano por la fazendo tudo isso que vcs fizeram <3 mas não consegui o visto, essa foi a primeira vez que tentei e nao foi dessa vez 🙁 Mesmo assim ainda quero muito conhecer esse país e fazer algum HS por la..mas no meu caso sou solteira, viajaria sozinha..vcs acham que é mais dificil conseguir um acordo de house sitting nessa situacao? Ja li alguns relatos de HS pelos blogs e todos sao de casais, assim como vcs. Obrigada por compartilhar suas experiencias, e mostrar os bichos que vcs tiveram o privilegio de conhecer! <3 bjus!
Olá Karina, não é difícil fazer house sitting sozinha não! A não ser que os donos da casa tenham mais de um animal grande para passear, tudo pode ser negociado. Já conhecemos pessoas solteiras que viajam da mesma forma que a gente, então não tem porque ter medo! Se você deseja isso, vá em frente, vai valer muito a pena, você vai ver!
E não desista do visto!
Abraço,
Larissa – Vida Cigana