Nesse mês de janeiro resolvemos encarar novas experiências em relação aos house sittings que tínhamos feito até então. E essa nova aventura surgiu como fruto do nosso house sitting em Napier.
Naquele nosso primeiro house sitting, convivemos com uma fantástica vizinha, uma senhora muito simpática e prestativa que sempre nos falava de um de seus filhos que já havia visitado o Brasil e queria muito nos conhecer. Fomos embora de lá sem vê-lo, mas semanas depois ele entrou em contato conosco oferecendo que passássemos um tempo em sua casa, em Auckland, quando quiséssemos, pois ele tinha sido muito bem recepcionado no Brasil e gostaria de retribuir de alguma forma. Genial, não? Não poderíamos recusar.
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Sempre tentamos encaixar um acordo de house sitting seguido ao outro, de forma a termos a menor quantidade possível de dias em que precisemos pagar por hospedagem. Não tínhamos conseguido nada no fim de janeiro, afinal, quem sai para viajar em janeiro, logo depois de Natal e Ano Novo? Ter uma oferta de acomodação, ainda mais em Auckland, onde cada anúncio de house sitting é disputado aos tapas, era perfeito.
A casa dele ficava em Bombay Hills, a quarenta minutos do centro de Auckland e acabou se tornando uma opção perfeita para nós. É uma região rural incrível, cheia de verde e córregos límpidos. E tudo isso do lado da maior metrópole do país.
Economizaríamos duas semanas em diárias (que pesquisamos bastante e, para o longo período que precisávamos, estouraria nosso orçamento), conheceríamos pessoas e animais novos e estaríamos fisicamente próximos de nosso próximo house sitting, também por ali.
O combinado entre nós foi uma mistura de house sitting (pois tomaríamos conta dos animais) e couchsurfing (pois dividiríamos a casa com eles), e como o local é quase uma fazenda, faríamos também algumas tarefas para ajudá-los, como recolher o feno, cortar lenha e ajudar a estocar tudo para o inverno.
Como em janeiro é verão, toda a palha dos campos é cortada e comprimida em cubos que devem ser transportados para celeiros. Isso é feito para que no inverno as vacas e os bodes tenham o que comer, já que a grama não cresce. Ao mesmo tempo a lenha precisa ser cortada para ser queimada nos dias frios de junho e julho.
Numa terça-feira participamos, com vários vizinhos, de um mutirão. Usando mini-tratores, abastecíamos as caçambas e transportávamos toda a palha para os celeiros, onde deviam ser descarregadas. Foi cansativo e dolorido! Um bloco de palha prensada pesa muito mais do que aparenta, acredite. No final do dia, não havia lugar onde não se achasse palha.
Na parte de house sitting da estadia, eram dez bichinhos no total: os caninos Bruce e Neville; os felinos George, de 15 anos (!) e Tigger; os bodes Lionel e Richie (:D) e as quatro vacas, que não têm nome, coitadas, por serem todas iguais.
Bruce e Neville são dois labradores, com alguma provável mistura com Weimaraners, muito amigáveis e gentis. Adoram caminhadas, que podem ser feitas dentro do próprio terreno, que é imenso (imagine o espaço necessário para comportar cachorros, gatos, bodes e vacas!) e nadar em riachos (o Bruce principalmente).
George é uma gata (sim, fêmea) idosa, levinha e com um olhar meio vilanesco, mas no fundo ela é um amor. Tigger, o novato da casa, foi abandonado pelo seu dono anterior e resgatado por nossos amigos. Ainda estava bastante desconfiado quando chegamos, mas aos poucos foi se mostrando doce, virando a barrigona para fazermos carinho.
Já Lionel e Richie, que figuras (começando pelos nomes, claro!)! Lionel é um bode bem desconfiado e tímido, o contrário de Richie, que é todo charmoso e adora carinho. As vaquinhas eram lindas também, mas não deixavam que chegássemos perto.
Já no trecho em que fazíamos um couchsurfing, foi melhor do que imaginávamos. Conhecemos seus vizinhos e o inquilino deles, um hippie fora de época, conhecedor de toda a Nova Zelândia e cozinheiro nato! (sentiremos saudades de suas histórias enquanto apresentávamos a ele música brasileira sob a luz do luar). Tivemos refeições compartilhadas, jantares maravilhosos preparados pelos donos da casa, em noites regadas a vinho local onde ainda rolavam trocas culturais animadas (onde fizemos brigadeiros de sobremesa). Mesmo no dia em que passamos recolhendo palha para o celeiro, terminamos todos juntos bebendo cerveja e comendo pizza.
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