É impossível, absolutamente impossível visitar a Nova Zelândia sem passar por Queenstown. Depois de Auckland, Queenstown é provavelmente a cidade neozelandesa que mais atrai turistas. Afinal, não tem como discordar de que a cidade é estupidamente bonita.
Geologicamente, Queenstown fica localizada em um vale formado por ação de glaciares que derreteram há milhões de anos, e se encontra no meio de algumas das cadeias de montanhas mais famosas do país, como The Remarkables. Estas, especificamente, parecem ter sido desenhadas no céu, de tão altas e perfeitamente esculpidas, com os topos cobertos de neve durante todo o inverno, um elemento icônico da cidade que nenhuma descrição em texto de um blog pode igualar a sensação de vê-lo ao vivo.
Mas não só de picos nevados é composta a paisagem de Queenstown. A cidade fica às margens do Lake Wakatipu, um enorme lago de um azul belíssimo e profundo, com a estrada que circunda o local gerando vistas magníficas, fazendo com que qualquer um estacione o carro várias vezes para tirar inúmeras fotos ou somente admirar aquilo que os olhos demoram a perceber que é verdade.
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Com tantas belezas naturais, a cidade ainda conseguiu o título de capital mundial dos esportes radicais. Foi em Queenstown que o bungy jumping foi explorado comercialmente pela primeira vez, e praticamente todos que vão até lá se sentem na obrigação de saltar no abismo (ok, não todos… nós não fomos).
Queenstown também é a cidade perfeita para quem curte vida noturna, com seus restaurantes e bares se transformando em boates depois de certa hora e com seus estabelecimentos funcionando até tarde, ao contrário do que acontece em grande parte da Nova Zelândia, especialmente no interior, onde a maioria das lojas fecha às 5h.
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Queenstown NÃO é a verdadeira Nova Zelândia (longe disso)
Por conta de todos esses detalhes que fazem Queenstown parecer a cidade perfeita, na verdade a distanciam enormemente do verdadeiro ar neozelandês. A cidade vem crescendo a cada dia e já pode-se notar um trânsito caótico, filas para cada atração turística e até mesmo em restaurantes.
É uma cidade bem viva e perfeita para quem, durante uma viagem por outros lugares da Nova Zelândia, quer sentir o contraste de um local onde as ruas estão cheias de pessoas de todas as partes do mundo circulando, mas não é uma cidade neozelandesa, parecendo mais um resort estéril abarrotado de estrangeiros.
Antes de irmos até lá, ouvimos de inúmeras pessoas que Queenstown era sua cidade favorita, mas infelizmente discordamos. Pela primeira vez na Nova Zelândia tivemos problemas para estacionar, precisamos entrar em filas para comer e muitas vezes se alimentar em pé. Nas ruas é bem difícil encontrar um neozelandês, pois a maioria é turista. Com isso, ninguém respeita hábitos locais, como faixas e sinais de trânsito, atravessando e estacionando onde bem entendem.
Queenstown também foi a única cidade em que vimos resorts e apartamentos na beira do lago e até mesmo condomínios fechados. Devido ao crescimento repentino, até a arquitetura da cidade choca visualmente quem já conheça o padrão típico neozelandês, uma vez que a população repudia este tipo de composição por adorarem grandes casas e jardins.
Queenstown Lake Front
Na ponta da cidade, sua área mais badalada, durante o dia, com certeza é o Queenstown Lake Front – uma área recreativa em pleno centro, onde é possível sentar na beira do lago, alimentar os patos e deixar o tempo passar. Do Lake Front é de onde parte também o TSS Earnslaw, famoso e histórico barco que circula pelo Lake Wakatipu desde 1912.
Skyline Gondola Queenstown
Já na ponta oposta do centro encontra-se o Skyline Gondola Queenstown, teleféricos que levam turistas durante todo o dia e parte da noite até o topo do Bob’s Peak, uma montanha com vistas extraordinárias de toda a cidade. É maravilhoso ir ao final do dia ver o anoitecer, com todas as luzes da cidade acesas. Também é possível ver ao longe a estação de ski de Ben Lomond, com seus teleféricos brilhando em meio à neve. Lá também fica o Swing, onde o turista se joga no abismo e balança como um pêndulo em meio às árvores, a 400 metros acima de Queenstown e o Luge, uma pista para carrinhos como os de rolimã brasileiros (mas muito mais modernos) que podem ser usados para descer a montanha.
O hambúrguer mais famoso da Nova Zelândia
Além de atrações naturais e esportes radicais, tem se tornado um hábito para muitos turistas que visitam a cidade provar o famoso Fergburger, o hamburger mais famoso do país e tido como o mais saboroso também.
A missão não é fácil, pois assim que abre pela manhã, a lanchonete já começa a ter fila e comer sentado é quase impossível. O hamburger é gostoso, mas acreditamos que a fama – e o hype em torno da cidade – é maior que o lanche em si.
A capital dos esportes radicais e o famoso rio de O Senhor dos Anéis
Ao leste de Queenstown fica o Kawarau River, um rio comprido de um azul inacreditável, onde foram gravadas as icônicas cenas de O Senhor dos Anéis – A Sociedade do Anel, quando os personagens navegam pelo rio e veem os Argonath, as gigantes estátuas dos antigos reis.
Sobre o Kawarau também fica o primeiro bungy jumping do mundo, o A. J. Hackett Bungy, que funciona na Kawarau Bridge desde 1988. São 43 metros de queda livre acima do rio. Todos que vão a Queenstown se sentem impelidos a se jogar nas águas azuis do Kawarau, mas nós, depois de muito pensar, acabamos desistindo devido ao medo de altura da Larissa e ao preço salgado da atração. Mas caso queiram mesmo ir, achamos totalmente válido, pois estarão no lugar ideal para tal!
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Falando em esportes radicais, em Queenstown é possível fazer praticamente tudo. Bungy jumping, ski, paraquedismo, sky diving, canoagem, entre muitas outras coisas, tudo isso pode ser encontrado em uma só cidade. Então se o que procura são emoções fortes, vá de cabeça!
Arrowtown e o outono mais bonito da Nova Zelândia
Já indo na direção de Wanaka, no meio do caminho fica a lindíssima cidade de Arrowtown. Pequena, mas com muita bagagem histórica, Arrowtown ter ar de sofisticação com suas casinhas de pedra e vários restaurantes acolhedores, sempre com fogo queimando em suas lareiras.
O outono em Arrowtown é dos mais maravilhosos já vistos por nós e uma atração à parte. Mas cidade também possui um passado triste, pois, como era um dos locais mais procurados por mineradores devido à abundância de ouro na região, muitos chineses vieram trabalhar na cidade procurando uma vida melhor, sendo totalmente discriminados no processo, sendo obrigados a morar num gueto em condições desumanas. Hoje, parte do que sobrou de suas casas faz parte do acervo histórico da cidade.
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O Paraíso e os sets de filmagem de Hollywood
Ao norte do Lake Wakatipu fica Glenorchy, um vilarejo cujas grandes atrações são as trilhas, ficando ao lado do Mount Aspiring National Park. Mais adentro, passando por estradas de terra ainda é possível chegar a um local conhecido como Paradise – Paraíso, em português, onde é possível andar a cavalo em locações de O Senhor dos Anéis e As Crônicas de Nárnia.
A porta de entrada para Milford Sound e os fiordes mais famosos da Nova Zelândia
Queenstown também funciona como base para quem quer explorar as maravilhas da região de Southland, mas não tem tempo suficiente para passar mais de uma noite por lá. Diversos tours partem da cidade, levam e trazem de volta em um longo dia de passeio centenas (milhares?) de turistas até o Milford Sound, o fiorde mais famoso e procurado da Nova Zelândia.
Leia mais: Veja como é fazer um cruzeiro pelo Milford Sound, o fiorde mais famoso da Nova Zelândia.
Com estes tantos motivos, não há como discordar que uma visita a Queenstown, na Nova Zelândia é ponto obrigatório no roteiro de qualquer um que queira conhecer o país.
Oi, Larissa!
Parabéns pelo blog sensacional, está me ajudando muito a planejar a trip pra Nova Zelândia!! 🙂
Tenho uma dúvida, vamos ver se consegue me ajudar:
Meu vôo chega em Auckland às 5:05 e pretendo ir a Queenstown já no mesmo dia.
No site da New Zealand Airways, encontrei um vôo às 7:10. Você acha que consigo embarcar no próximo vôo com duas horas de conexão? O problema é que o próximo vôo é somente às 9:30 e daí eu acho que ficaria muito tempo pelo aeroporto (melhor seria ir antes mesmo)!
A passagem não será comprada junta, então ainda preciso fazer o check in, despachar a mala, trocar de terminal (se preciso) etc.
Muito obrigada desde já,
Mari.
oi Mariana!
Olha, como você vai comprar as passagens separadas acho que é pouco tempo. Você vai ter que torcer pro seu voo não atrasar e para conseguir passar pela imigração rápido, além de fazer check in e despachar mala, como você falou.
Nestas horas eu sempre prefiro ter mais cuidado e programar uma margem maior mesmo que fique no aeroporto mais tempo.
Se couber no seu roteiro, deixe para ir a Queenstown só a noite e aproveite um dia livre em Auckland antes de seguir viagem.
Estou indo pra Nova Zelândia em maio e amo o blog de vocês. Tem me ajudado muito! Você sabe me dizer se é possível ir pra Queenstown de ônibus e, se sim, em que site compro as passagens? Muito obrigada!
Oi Camila, que bom que estamos podendo ajudar! Tem como ir a Queenstown de ônibus sim, existem duas grandes empresas no país, a Naked Bus e a Intercity
Se ficar de olho, tem como pegar boas promoções, já pagamos passagens por 1 dólar 🙂
Boa viagem e curta por nós!
Woooow… Que lugares lindos!!! Fantastico! … Adorei saber que sao cenarios dos filmes citados… E concordo com vcs, cidade com muito turista e menos nativo extraga a essencia cultural, dando espaco para a poluicao comercial com altos precos em atracoes turisticos, mas existe Uma recompensa… Toda esse cenario magnifico que Deus criou… Parabens por mais excelente post.
Depois deste vou Fazer questao de conhecer.
Abracos…
Obrigado Eder! A gente adorou passar um tempo em Queenstown, mas achamos que é muito feita para turista mesmo. Sempre preferimos lugares mais autênticos.
E vá sim conhecer, é obrigatório a quem viaja pela Nova Zelândia.