Dirigindo três horas rumo ao norte a partir de Auckland, na região de Bay of Islands encontra-se o sítio histórico mais importante da Nova Zelândia, conhecido como Waitangi Treaty Grounds, próximo a Paihia e do lado oposto de Russell, a primeira capital do país.
Waitangi Treaty Grounds
Waitangi vive do turismo em torno dos solos onde o tratado de independência e o tratado de Waitangi, aonde a coroa britânica e chefes maori chegaram a um consenso sobre a terra, foram assinados.
O museu está localizado exatamente onde os tratados foram assinados e mantém a casa original e o campo com suas árvores intactas desde o século XIX. Além disso, amplas explicações sobre a formação da Nova Zelândia, sobre os tratados e sobre as pessoas envolvidas podem ser lidos e vistos em seu museu. Uma cópia do tratado de Waitangi também fica exposta com todas as suas assinaturas.
Ao entrar no sítio, o turista tem o direito de escolher vários pacotes de tours, com opções de tours guiados e performances de grupos maori. Em determinadas épocas do ano também é possível incluir uma prova do maravilhoso hangi, a refeição típica da culinária maori.
Ao escolher um tour guiado, que é bastante interessante e geralmente feito por um guia maori, atravessamos todo o campo ouvindo explicações sobre o que aconteceu em cada ponto. O nosso guia em particular era descendente de um dos grandes chefes maori que tiveram a iniciativa de criar e assinar o tratado de Waitangi em 1840 e se orgulhava muito de toda a história ocorrida ali.
Além do museu que nos inicia na história, percorremos o hangar onde ficam as wakas sagradas, canoas muito antigas usadas nas festividades do Dia de Waitangi. São enormes e cheias de simbologias, totalmente entalhadas de acordo com rituais maori. No mesmo hangar é possível ver o tronco da totara, árvore do qual são feitas as canoas. Os maori respeitam muito a natureza e cada árvore é honrada ao ser escolhida para tal função.
Mais a frente, subindo a colina, chega-se ao famoso descampado onde o Tratado de Waitangi foi assinado. Em 6 de fevereiro de 1840, chefes maori se concentraram em frente a Treaty House, casa de James Bubsy, coautor do tratado juntamente com o primeiro governador da Nova Zelândia, William Hobson, para debater e assinar o tratado e a criação de uma bandeira para o novo país. Esta casa continua lá, praticamente intacta e é possível caminhar por ela.
Do outro lado do campo, a Te Whare Runanga, ou casa da assembleia foi construída em homenagem a todos os diferentes povos maori existentes na Nova Zelândia. Ela, junto com a Treaty House, representam a união entre britânicos e nativos que originou o que hoje o país se tornou. Por sua construção ter uma origem política e não religiosa é a única casa de reuniões maori que encontramos onde é possível entrar e fotografar.
O Tratado de Waitangi
O tratado, apesar de falho em alguns quesitos, foi algo revolucionário numa época em que a maioria dos povos nativos de colônias era explorada e/ou escravizada. Nele, a coroa britânica e os maori assinaram um acordo onde os chefes das tribos davam soberania à Inglaterra. Por ele, todas as terras pertenciam aos maori e só poderiam ser vendidas à coroa (e não aos exploradores que frequentemente apareciam). Também por ele, a todo maori eram garantidos os mesmos direitos de um cidadão britânico.
Waitangi Day
O Waitangi Day é o maior feriado nacional e ocorre todo dia 6 de fevereiro. Há diversas celebrações, performances e é o único momento do ano em que colocam na água a waka exposta no hangar. Neste dia, as autoridades do país, tanto o primeiro ministro quanto chefes maori se dirigem a Waitangi para comemorar um dia tão importante para a jovem nação que é a Nova Zelândia.
Para quem vai até Bay of Islands, o Waitangi Treaty Grounds é uma parada obrigatória.
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