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Como (não) organizar a bagagem para uma viagem longa

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Quando decidimos que passaríamos um ano viajando pela Nova Zelândia uma de nossas principais dúvidas ao longo do período de planejamento era como e de que forma deveríamos organizar a bagagem para nossa viagem. Ou, especialmente, que quantidade de bagagem traríamos para passar um ano em um país onde é possível esquiar e surfar no mesmo dia.


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Como qualquer blog de viagens, adoraríamos escrever um post apontando o caminho e aconselhando pessoas a fazerem igual, mas nossas escolhas foram as piores possíveis, acreditem. Tudo o que podemos mostrar é o quão distorcido era nossa visão de como seria esta viagem quando ainda estávamos no Brasil, o que nos fez cometer uma série de erros básicos.

Por que erramos tanto na hora de organizar a bagagem?

Porque achávamos que teríamos uma vida “urbana”. Não sabíamos que nossa vida como house sitters daria tão certo e nos levaria a cantos escondidos do país. Pensávamos que nosso tempo seria concentrado nas maiores cidades, onde seria mais fácil encontrar trabalho, e por isso, trouxemos roupas para uma vida mais agitada e mais séria do que a que temos levado até agora.

Erramos também porque caímos na ilusão de achar que uma viagem de um ano exigiria uma maior quantidade (e variedade) de coisas que outra de um mês, o que é um engano completo. Deveríamos ter seguido o que tantos casais nômades fazem e viajar apenas com uma mochila, que era o que fazíamos sempre até então.


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Percebemos o erro de imediato, pois era a primeira viagem que precisávamos pagar corridas de taxi a cada novo embarque. Mesmo uma caminhada de alguns quarteirões até o ponto de ônibus que seria simples com as mochilas, passava a ser penosa (e mais dinheiro saía para os bolsos dos taxistas).

O que não trouxemos, mas deveríamos

como não organizar a bagagem vida ciganaViemos com uma mala cada um e mais duas mochilas como bagagem de mão, sendo uma delas apenas para carregar o equipamento fotográfico. Ainda assim deixamos no Brasil alguns itens que fizeram falta em algum momento e deveriam ter sido incluídos na lista:

Nossas botas de caminhada (viagem “urbana” num país desses soa como piada agora): compramos novas em Tauranga e não foi barato.

Roupas impermeáveis num país cheio de trilhas são fundamentais.

Roupas para o dia-a-dia: escolhemos o que incluir na mala como se todo dia fossemos andar pelo centro de Auckland quando na verdade passamos boa parte do nosso tempo em casa ou caminhando na praia com os cachorros.

O que trouxemos inutilmente

Livros: estamos na era do e-book, mas ainda não conseguimos fazer nossa conversão e trouxemos os Guias da Lonely Planet na versão em papel, um para a Ilha Norte, um para a Ilha Sul e outro para a Califórnia. Alguns quilos a mais apenas em papel, e um arquivo PDF pesa quanto mesmo?

Roupas formais: a “vida urbana” nos fazia pensar que entrevistas de emprego seriam uma constante em nossa rotina. Pura ilusão.

Roupas em excesso: erramos também nas quantidades trazidas e cada calça jeans a mais pesa uma enormidade pra carregar uma mala de um lado ao outro.

O que fizemos de correto?

A lei brasileira permite que, em vôos internacionais partindo do Brasil, cada passageiro despache duas malas de até 32kg cada. (Há algum louco que faça isso?) Felizmente, e muito em parte por nossa escolha de ir primeiro aos EUA, decidimos seguir o padrão internacional e limitar nossa bagagem despachada a apenas uma cada, e de no máximo 23kg.

Mas ao longo da viagem fomos comprando o que sentíamos falta e chegamos a um ponto em que não havia espaço para mais nada. As malas pesavam tanto que tínhamos dificuldade para erguê-las para subir escadas ou colocar no bagageiro de um ônibus.

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6kg e R$300 a menos

A solução? Jogamos fora algumas coisas e enviamos de volta ao Brasil aquilo que não conseguíamos nos desfazer. No fim foram seis quilos a menos para carregar e 300 reais doados para o correio neozelandês. Um mês depois a encomenda chegou ao Brasil, de onde nunca deveria ter saído.

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Sobre o Autor

Carlos Arruda

Carlos Arruda é um viajante desde muito jovem, impulsionado por sua vontade de conhecer locais distantes desde muito cedo, mesmo com recursos limitados. Essa característica o transformou em um habilidoso planejador de viagens.

Com uma visão analítica e uma paixão por decisões baseadas em dados, Carlos acredita que o segredo para uma viagem livre de contratempos está na precisão do planejamento. Seu objetivo é encontrar o equilíbrio perfeito entre a quantidade de dados e informações disponíveis e a emoção de uma experiência especial.

Sua formação em arquitetura e urbanismo confere uma vantagem distinta às narrativas que desenvolve. Atualmente, como escritor dedicado ao mundo das viagens, seus artigos não se limitam à mera observação das estruturas urbanas, destacando os detalhes e explorando as complexidades das diversas culturas ao redor do mundo. Seus textos inspiram e capacitam os leitores a planejar suas próprias jornadas com precisão e confiança.

13 Comentários

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  • Oi, Carlos e Larissa! Eu e minha pequena família vamos nos mudar pra NZ no segundo semestre desse ano e gostaria de confirmar com vcs como funciona melhor o esquema de laundry por lá: é mais comum as pessoas fazerem sua própria laundry (há equipamentos em laundries comunitárias em prédios/hostels/apartamentos) “dentro de casa”? Se sim, as máquinas de lá lavam E secam? Ou a NZ segue mais ou menos o padrão cosmopolita de preferencialmnte lavar a roupa fora?

    Pergunta besta, mas tô pensando aqui o que precisamos MESMO levar de roupas e com qual frequência conseguiríamos lavar as nossas, caso decidamos levar muito pouca coisa. Brigada!

    • Oi Christie! O sistema de laundry na Nova Zelândia é bem parecido com o nosso. A maioria das pessoas possuem máquinas de lavar em casa, e de secar também. Em todas as casas que moramos tinham as duas. Não vimos ninguém local lavando fora. Boa sorte na mudança e aproveite esse país maravilhoso com sua família!

  • Olá,
    Estou indo agora em Junho/Julho para o Sudeste Asiático, desembarcando na Tailandia. É minha primeira vez fazendo uma viagem assim, e estarei sozinha. Então estou um pouco ansiosa com alguns detalhes, tipo como carregar dinheiro, onde o como trocar o câmbio, mas também a mochila certa para a viagem.
    Qual era o tamanho da mochila que você levou (em cm)? Estou considerando levar uma de 55+15 L, que tem 60cm de altura. Acha que seria um tamanho desnecessário? Estou com medo de não aceitarem como carry-on.

    Agradeço as dicas, e se puder me ajudar com a questão do câmbio também 🙂
    Abs

    • Oi Marcela,
      Nós viajamos com mochilas menores que essa para o Sudeste Asiático. O limite varia de acordo com cada companhia aérea, mas costuma ser por volta de 56cm. A sua está um pouco além, mas se quiser dá pra arriscar, caso não leve completamente cheia.
      Para o câmbio, nós usamos o cartão da Payoneer, que para nós é a melhor opção para não se preocupar com moedas diferentes.

  • Ola!
    Vou em abril/2017 fazer um tour sudeste asiatico. Estou preocupada com oq levar pois me preocupo com os templos e tambem na minha segurança nas ruas ao usar um vestidinho ou shorts. Porderia, por favor, me da uma luz? Rsrsrs
    Nao sou tao calorenta assim mas como dizer ser um inferno o clima la essa epoca… Rsrsrrs
    Muito obrigada e parabens pelo site, esta me ajudando bastante!

    • Oi Bruna, eu também passei por perrengues antes de ir para o Sudeste Asiático, mas não é tão bizarro assim quanto pensamos. Eu usava basicamente leggings, bermudas soltas e vestidos abaixo do joelho e com os ombros cobertos. Comprei tudo lá mesmo, que é extremamente barato, com materiais super leves, sendo perfeitos para o calor e para guardar na mala. Caso use camiseta sem manga, leve uma encharpe a tira colo para cobrir os ombros. Não há problema nenhum em circular de short ou vestidinho, o único impecilho será o de entrar em templos durante os passeios. Então é melhor usar no dia a dia roupas adequadas.
      Espero que tenha ajudado, caso tenha mais alguma dúvida, pode falar!

    • Poxa! Super obrigada pela dica. Nem pensei que eu poderia comprar roupa la. Achei que nao valeria a pena.
      Se nao for abusar, gostaria de tirar mais uma duvida sim, estamos tambem com dificuldade de decidir a mochila que vamos viajar. Optamos por nao levar mala, somente mochila cargueira mas nao sabemos o tamanho permitido para os voos internos. Pensamos em uma de 45l, tem ideia se da pra levar?
      E se tiver tambem dica de uma boa mochila agradecemos muito.
      Tks!

    • Oi Bruna, nós levamos uma mochila de 48l e uma mochila com o equipamento fotográfico e passamos tranquilamente por todos os voos internos, pois ela está dentro das normas. É bem tranquilo, e como as roupas são leves, cabem todas num mochilão. Nós usamos a da Trilhas e Rumos 😉

  • Olá queridos, obrigado pelo post.
    Estou programando uma viagem para o sudeste asiático e ouvi dizer que, apesar do calor, vários templos não permitem entrada mostrando os joelhos e os cotovelos. O que vocês sugerem que eu leve então? Calças de tactel? E que tipo de camisas para um lugar assim?
    OBS: sou aposentado, moro no nordeste e, há meses só uso bermudas, t-shirts e um bom tênis rs.

    • Oi Dirceu! Então, é verdade isso da roupa, em alguns países vc precisa andar de acordo até nas ruas, senão todo mundo olha. Mas bermuda e t-shirt estão ótimas! Não pode é mostrar os joelhos e os ombros.
      Curta bastante o Sudeste Asiático!
      Abraços

  • Muito boa a matéria! Eu tb caí na besteira de deixar o Brasil pra NZ com duas malas garndes, acredita? Na minha inocência, seria impossível passar mais de 1 ano num país com poucas coisas e o raciocínio foi mais ou menos parecido com o de vcs: o de que levaríamos uma vida mais urbana, enquanto na verdade andávamo super largados por lá. Hoje ainda tenho muita coisa acumulada aqui (na Tailândia) e pretendo enviar pelo correio pro Brasil (na Tailândia, se não me engano fica cerca de 145 reais por 10 quilos). Mas a moral da história é que esse é o tipo de lição que só aprendemos na prática, mesmo! E mesmo assim em doses homeopáticas, as vezes. Fui ao Brasil recentemente e ainda trouxe calça jeans nova e sapato de salto alto pra Ásia, acredita? Quem usa calça jeans no Sudeste Asiático? Exercício de desapego diário, não é fácil não rsrsrrss. beijojs,amigos!

    • Nossa Babi, nem nos fale! É muito atraso de vida levar para lá e para cá tanta coisa, ainda mais a gente que trabalha com áudiovisual, né?
      Mas aos poucos vamos aprendendo mesmo (ou não, vide ao seu sapato de salto alto hahahaha)
      Beijos querida! 🙂

  • Bem, minhas dicas: Levo algumas blusas tipo “segunda pele”, só que mais quentinhas, de cores da pele , azul marinho e outra de sua preferencia, e uso por cima outras blusas leves, menos agarradas no corpo, coloridas, variadas, estampadas, etc, só para não dar pinta de estar sempre com a mesma roupa nas fotos…rsrsrs Estas blusinhas não amassam, praticamente não pesam, fazem pouco volume, lavam e secam rápido. Quanto ao resto, uso o critério peso para escolher, então, ja vi que calça jeans pesa muito ( e esquenta pouco no frio brrrrr…) Levo outros tipos de calça (mesmo critério das blusas! rsrsrs) O mesmo vale para casacos. Os dupla face são ótimos! No mais, mesmo critério para echarpes, gorros, meias, luvas, pijamas, etc. Miniaturas de shampoo, creme dental, etc. Bolsas a tiracolo, mesmo critério: o pessoal morre de rir ao me ver na loja escolhendo a bolsa ou bota que pretendo comprar: sempre atenta ao detalhe do peso. Espero ter ajudado!

    • Oi Marta! Que bom que veio deixar suas dicas aqui! Agradecemos mesmo! Nunca havíamos passado tanto tempo fora do Brasil e erramos na mão! 🙂
      Obrigada mesmo e fique sempre a vontade para dar sugestões.
      Abraços!
      Larissa

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