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12 dias acampando pela Ilha Norte da Nova Zelândia

12 dias acampando pela ilha norte da Nova Zelândia Vida Cigana

Acampar é um dos hábitos mais fortes na vida das famílias neozelandesas. Durante as férias, muitos saem com seus motorhomes, campervans e barracas para passarem um tempo longe de casa. E a Nova Zelândia fornece a infraestrutura ideal para você estacionar seu veículo e passar a noite em locais dos mais variados tipos e preços.

No tempo livre que tínhamos entre dois acordos de house sittings decidimos alugar uma campervan e cruzar a Ilha Norte passando por locais e regiões que sabíamos que não iríamos caso não fosse desse modo.

Alugar uma campervan ou motorhome não é barato. Uma dica que facilita muito a redução do preço é planejar seu roteiro para que a retirada e entrega do veículo sejam feitas na mesma cidade. No caso da Nova Zelândia, ofertas em Auckland são mais fartas, pois existem mais empresas disponíveis, o que aumenta a concorrência e tornam os preços mais acessíveis. Em outras cidades, no entanto, é possível também alugar por preços irrisórios ou, com alguma sorte, até mesmo de graça.

Mas o que diferencia um motorhome e campervan?

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Motorhome é o que os americanos chamam de RV, um Recreational Vehicle ou Veículo Recreativo, um veículo único com espaço para quarto, cozinha e banheiro. É um pouco diferente de um trailer, os que são rebocados por outros veículos e aqui são chamados de “Caravans”. Há motorhomes de todos os tamanhos, podendo comportar várias pessoas, alguns tendo até TV por satélite incorporada, ideais para longas viagens.

Já a campervan, como o próprio nome diz, é uma van onde é possível montar uma cama de casal no lugar dos bancos de trás. Em geral vêm apenas com uma pia e fogareiro acoplados, mas sem banheiro. A campervan pode ser útil aos que pretendem acampar sem a necessidade de uma barraca, com a vantagem de ainda ser relativamente pequena tendo acesso fácil mesmo nas áreas mais urbanizadas das cidades.

12 dias pela Ilha Norte da Nova Zelândia

Sabendo que deveríamos partir e retornar a Auckland nos 12 dias que tínhamos disponíveis, elaboramos um roteiro que cobrisse a região de Bay of Plenty (Tauranga e Whakatane), Rotorua, Taupo, indo até a Região do Parque Nacional Tongariro e retornando a Auckland via Waikato.

Leia mais: Veja como foi nossa trilha de um dia pelo Tongariro.


Quando falamos das opções de hospedagem na Nova Zelândia, citamos que o Governo, através do DOC, disponibiliza áreas para camping a baixo custo, e que também há locais particulares muito bem estruturados, os Holiday Parks, ótimos para uma estadia mais confortável.

Para gerenciar todas estas opções, o melhor amigo do aventureiro que decide acampar na Nova Zelândia em tempos tecnológicos é um aplicativo chamado Camping NZ, que ajuda a localizar todos os locais disponíveis para camping espalhados pelo país, com avaliações de outros usuários para usar de guia. Através dele conseguimos nos hospedar nos mais diversos tipos de acampamentos nessa road trip.

Nossas opções de hospedagem

Falar de opção de hospedagem em um texto sobre camping pode soar contraditório, mas lembre-se que “freedom camping” pode gerar multas caso feito fora dos locais determinados e assim, mesmo que você esteja disposto a dormir em um local sem banheiro, terá que acessar ao menos o site do DOC para se informar onde é o espaço gratuito mais próximo.

Nossas escolhas variaram bastante ao longo dos 12 dias, sempre dando mais ênfase ao custo ou à localização de acordo com nossas necessidades no momento.

Quando a localização era nossa prioridade, escolhíamos Holiday Parks

12 dias acampando pela ilha norte da Nova Zelândia Vida Cigana

Este foi o caso de Tauranga, em nossa primeira noite que, por não termos organizado as compras de suprimentos para a van, acreditávamos que dormir próximo a uma área urbanizada como Mount Maunganui nos daria fácil acesso a bares e lanchonetes para comermos algo antes do início verdadeiro da jornada.

Escolhemos um Holiday Park também no vilarejo de Whakapapa, aos pés da trilha do Tongariro Crossing. E neste caso, mesmo contando com a campervan, pagamos um pouco a mais para termos uma cabana só nossa para descansarmos decentemente após as horas de caminhada.

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Quando nossa intenção era economizar, partíamos ao DOC sem pestanejar

Após irmos às compras em Tauranga, estávamos aptos a escolher um camping mais afastado e cozinharmos nossa própria comida. Numa primeira visita ficamos fascinados pelo McLaren Falls, um acampamento fora da cidade, na estrada para Waikato, entre cachoeiras e uma vasta floresta, mas muito bem equipado. Viajantes estacionam suas vans entre as árvores, cozinham nas mesas de piquenique do local e dormem antes do sol se por, pois a noite não há luz, somente as estrelas e a lua. Os banheiros são bem limpos, os chuveiros possuem água quente, os vasos sanitários têm descarga (algo nem sempre presente nestes locais) e água potável para cozinhar. Sem contar com os patos de local, super amigáveis. Tudo isso por 10 dólares por pessoa! Com um ótimo custo-benefício, passamos duas noites no local. O lugar é lindo e o por do sol, inesquecível.

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A caminho de Whakatane repetimos a dose em um camping um pouco antes da entrada da cidade, num vilarejo chamado Matata (procuramos um estabelecimento chamado Hakuna e nada! Povo sem criatividade!) onde há um acampamento que cobra 6 dólares por pessoa. Por lá a mesma infraestrutura existia, com exceção do chuveiro, que era preciso depositar 1 dólar para liberar 3 minutos de banho! Achávamos impossível tomar banho (com direito a lavar a cabeça) tão rápido, mas não é, acreditem!

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A Generosidade Kiwi sempre nos surpreende

Por mais que se planeje há sempre os momentos que a vida te tira do seu roteiro. Em nossa passagem por Rotorua, durante uma sessão de fotografia na região conhecemos a dona de um Bed and Breakfast local que simpatizou conosco e com nossa história e abriu as portas de sua casa para ficarmos hospedados por lá. De graça! Não só nos recepcionou lindamente, como também lavou nossas roupas sujas de dias na estrada.

Foi maravilhoso e completamente inesperado, pois estávamos um pouco cansados de estar sempre na estrada e não ter privacidade para andar e esticar as pernas ou até mesmo trocar de roupa e tomar café da manhã sem ser na cama.

Segundo ela quando era jovem, em uma viagem de meses a bordo de um motorhome pela Austrália com o marido, era comum que recebessem ofertas de estadia gratuita de estranhos que conheciam no caminho, e este era o modo que ela havia encontrado de retribuir àquelas pessoas, passando a diante a generosidade que recebera anos atrás.

Nosso pagamento é seguir com a corrente de algum modo, no futuro, quando tivermos estabilidade e condições de fazê-lo. Nada mais justo.

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Sobre o Autor

Carlos Arruda

Carlos Arruda é um viajante desde muito jovem, impulsionado por sua vontade de conhecer locais distantes desde muito cedo, mesmo com recursos limitados. Essa característica o transformou em um habilidoso planejador de viagens.

Com uma visão analítica e uma paixão por decisões baseadas em dados, Carlos acredita que o segredo para uma viagem livre de contratempos está na precisão do planejamento. Seu objetivo é encontrar o equilíbrio perfeito entre a quantidade de dados e informações disponíveis e a emoção de uma experiência especial.

Sua formação em arquitetura e urbanismo confere uma vantagem distinta às narrativas que desenvolve. Atualmente, como escritor dedicado ao mundo das viagens, seus artigos não se limitam à mera observação das estruturas urbanas, destacando os detalhes e explorando as complexidades das diversas culturas ao redor do mundo. Seus textos inspiram e capacitam os leitores a planejar suas próprias jornadas com precisão e confiança.

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