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O que fazer em Belfast: 11 Melhores Dicas

O que fazer em Belfast: árvores amarelas no outono formando um caminho em um vale, com 2 homens vestidos de preto correndo colina acima

Todo mundo que planeja uma viagem à Irlanda pensa primeiro em visitar Dublin, mas eu te digo que o pedaço mais legal do país está na parte norte da ilha, em Belfast.

Mas, se Belfast é “esquecida” por tantos, o que tem de tão especial na cidade? Quais são as atrações que justificam a visita de quem decide ir para lá? No texto abaixo vamos listar as 11 melhores dicas do que fazer em Belfast para você volte da viagem confiante de ter conhecido o melhor da Irlanda.

Leia mais: Como organizar um roteiro pela Irlanda de 5 a 15 dias de duração

O passado de Belfast

O que fazer em Belfast: O interior do Belfast City Hall
O interior do Belfast City Hall

No capítulo sobre Belfast o guia da Lonely Planet afirma que a cidade fazia parte, nas décadas de 1980/1990, do grupo dos 4 lugares do mundo proibidos aos turistas que começavam com a letra B: Bagdá, Beirute, Bósnia e Belfast.

Isto ocorria porque Belfast, assim como toda a região da Irlanda do Norte (que faz parte do Reino Unido), passava por uma violenta guerra civil. O período, que ficou conhecido como “The Troubles”, se iniciou na década de 1960 e se estendeu até 1998, quando foi assinado o “Good Friday Agreement” (ou “Belfast Agreement”, o “Acordo de Belfast” em português), e finalmente a região acalmou.

Em tempos de paz, hoje Belfast se tornou uma das cidades mais seguras e interessantes do Reino Unido.

Irlandesa, porém britânica.

No entanto, é justamente seu passado que tanto atrai os turistas. O processo de colonização da província do Ulster, onde está Belfast, a história da Partição da Irlanda e as consequências geradas pelo período do “The Troubles” ainda são os maiores destaques de uma viagem a Belfast e a toda a Irlanda do Norte.

Veja nos quadros abaixo uma explicação detalhada destes períodos da história da Irlanda. Ou se preferir, siga direto mais abaixo para ver nossas melhores dicas do que fazer em Belfast.

A Colonização do Ulster

O Ulster é uma das 4 províncias históricas da Irlanda. É composto por 9 condados dos quais 6 formam atualmente a Irlanda do Norte.

Até o século XVI, o Ulster possuía a mesma identidade histórica e cultural que o resto da Irlanda. Era inclusive a província com maior presença do gaélico irlandês, até os ingleses decidirem ocupar a região.

No processo conhecido como a Colonização do Ulster (“Plantation of Ulster”), o Reino Unido estimulou que britânicos ricos ocupassem as terras na área que hoje forma a Irlanda do Norte. Era ocupar para governar.

Não foi uma missão bem sucedida em todos os seus objetivos, mas mesmo assim os colonizadores cresceram em número e se mantiveram na região. Com o passar dos séculos, a presença dos ingleses transformou o Ulster. Passou a ser a região com a maior concentração de protestantes na Irlanda, uma ilha de maioria católica.

A Partição da Irlanda

O que fazer em Belfast: uma arte de rua simbolizando a paz sendo morta pela religião
A pomba da paz morta por duas flechas, uma simbolizando o protestantismo e a outra, o catolicismo

No fim do século XIX, cresciam os movimentos na Irlanda para que o país tivesse direito de se autogovernar, ainda que pertencendo ao Reino Unido. Ao mesmo tempo, no norte do país os protestantes acreditavam que um governo próprio fatalmente evoluiria para um movimento de independência. Temiam se tornar uma minoria e serem oprimidos dentro de um governo de maioria católica e irlandesa.

Após seguidas tentativas de aprovação no parlamento britânico de leis que dessem mais autonomia à Irlanda, no fim da década de 1910 o movimento se tornou violento e evoluiu para uma guerra civil.

Para encerrar o conflito, os ingleses finalmente aprovaram a lei que permitia que a Irlanda se autogovernasse. Mas tinha um porém: em vez de um Parlamento haveriam dois. Um para o sul da ilha, formado por 26 condados, com sede em Dublin. Em Belfast, outro determinaria os rumos dos 6 condados ao norte, aqueles onde havia uma maioria protestante.

Pouco tempo depois o sul da ilha se tornou independente. O norte, que havia optado por não integrar o Estado Livre Irlandês, permaneceu como parte do Reino Unido.

A Irlanda estava dividida em duas.

A Guerra Civil: The Troubles

O que fazer em Belfast: os mortos durante a greve de fome na guerra civil da Irlanda do Norte
Os participantes da greve de fome em prol da paz na Irlanda

A Irlanda foi dividida em duas para que os protestantes não se tornassem uma minoria oprimida num país de maioria católica. Ao longo do século XX, no entanto, a partição teve justamente o efeito oposto: na Irlanda do Norte, a maioria protestante – ligada às classes mais altas – governava e oprimia a minoria católica, suprimindo com violência qualquer tipo de protesto.

A escalada da violência fez surgir grupos paramilitares dos dois lados do conflito, como o IRA do lado irlandês e o UVF entre os unionistas. Estava desencadeada uma guerra civil que tirou a vida de centenas de irlandeses, católicos e protestantes, republicanos e unionistas.

Neste período era extremamente perigoso andar pelas ruas de Belfast, pois barricadas eram montadas nas esquinas, bombas explodiam em prédios públicos e bairros inteiros eram tidos como zonas proibidas caso você fosse de determinada religião.

O confronto só terminou depois que, em 1998, o primeiro ministro britânico e o presidente irlandês juntos assinaram a lei chamada Good Friday Agreement, que dava direito aos irlandeses do norte poderem ter ambas nacionalidades, tanto britânica, quanto irlandesa. Com isso as fronteiras entre os dois países foram eliminadas, removendo a necessidade de um controle de imigração.

Belfast hoje

O que fazer em Belfast: A estátua que simboliza da paz na cidade

A guerra civil que assolou a Irlanda do Norte é muito importante para entender a cidade (e o país) como um todo. É difícil visitar Belfast e conseguir se abster da história, por mais que sua população esteja disposta a seguir em frente e a desassociar a cidade desses eventos horríveis.

Mas a história não pode ser esquecida e, de certa forma, foram aqueles eventos que tornaram a cidade única.

Quer um exemplo?

Com certeza você já ouvir a música Sunday Bloody Sunday, do U2, não é mesmo? Pois a música fala justamente desses conflitos internos na Irlanda do Norte, mas especificamente do Domingo Sangrento, ocorrido na cidade de Derry, mas que reflete bem como era a vida local entre as décadas de 60 e 90.

Hoje, os bairros católicos e protestantes estão entre as maiores atrações de Belfast, sendo bem impactante e, de certa forma, poético poder visitar os dois lados de forma segura, e pensar que no passado isso era impossível. A polarização ainda está lá, mas com todos convivendo pacificamente.

Saiba mais: Veja quais são os melhores bairros de Belfast para ficar hospedado.

As melhores dicas do que fazer em Belfast

O que fazer em Belfast: O castelo de Belfast reinando no alto da colina que tem vista para toda a cidade
O Castelo de Belfast

Além dos bairros e murais que remetem ao período do The Troubles, você deve estar se perguntando o que fazer em Belfast que não esteja ligado à política e religião. Pois há bastante coisa!

Só para você ter uma ideia, o Titanic foi construído lá e existe um museu magnífico no local exato de onde o navio partiu. O autor de As Crônicas de Nárnia, C. S. Lewis, nasceu em Belfast e hoje existe uma praça dedicada aos seus personagens. Além disso, Belfast é uma cidade universitária e com uma vida noturna bastante badalada, e a indicaríamos num piscar de olhos a quem quer fazer intercambio, como uma alternativa a Dublin.

Acompanhe abaixo uma lista de dicas do que fazer em Belfast que testamos e aprovamos:

  1. Tour de Street Art
  2. Pubs da Cathedral Quarter
  3. Belfast City Hall
  4. St George’s Market
  5. Titanic Museum e SS Nomadic
  6. Muro da Paz e murais do The Troubles
  7. Crumlin Road Gaol
  8. Walking Tour
  9. Tour de Taxi
  10. Ulster Museum e Queen University
  11. Victoria Square

1.     Tour de Street Art

O que fazer em Belfast: Um mural colorido nos fundos de uma casa localizada em um estacionamento em Belfast

Belfast é uma cidade vibrante e bem jovial. Parte da sua história pode ser vista através de seus murais espalhados pela cidade. Além do destaque à temática política, existe outro tour focado em diferentes estilos de arte de rua que visa dissociar a cidade do período da guerra civil, focando no sucesso artístico e intelectual que a cidade conseguiu ter logo após as décadas de conflito.

O melhor e mais famoso tour é conduzido pelo Adam Turkington, do Seedhead Arts, responsável por trazer grandes nomes do grafite mundiais para colorir as paredes de Belfast na semana do “Hit the North Festival”. Esses murais ainda permanecem por anos em Belfast e podem ser vistos e explicados nesse tour, que parte todo domingo ao meio dia (domingo porque parte dos grafites estão pintados em portas de lojas, que estarão fechadas durante o final de semana).

O tour dura mais ou menos uma hora e meia e percorre inúmeras ruas do Cathedral Quartier, passando por murais que vão desde os conflitos internos até painéis mais abstratos no qual é preciso usar óculos 3D.

Interessante também é notar que grande parte dos murais está em terrenos vazios ou ocupados por estacionamentos. Isto ainda é um resquício do período do The Troubles, quando vários edifícios centrais eram bombardeados e demolidos, criando estes vazios urbanos no centro de Belfast que ainda não foram absorvidos pela cidade.

2.     Pubs da Cathedral Quarter e Bradbury Place

O que fazer em Belfast: A região dos pubs famosos em Belfast, com seus inúmeros bares em ruelas estreitas

A área mais agitada de Belfast à noite, pelo menos turisticamente falando, é o Cathedral Quarter, que concentra os pubs mais famosos da cidade. Entre eles destacam-se o The Dark Horse (que inclusive tem um dos portões de Game of Thrones), o Duke of York, o The Harp Bar e o Sunflower, que segundo o Adam, do tour de Street Art, é o melhor e o pub mais roots da cidade.

Caso esteja fugindo de locais turísticos e queira ir a bares mais locais, vá até a Bradbury Place, uma rua bem perto da Queen’s University, cheia de pubs e restaurantes para todos os gostos, mas frequentados somente por moradores e estudantes, o que pode tornar os custos mais baratos.

Ambos locais são bem agitados durante os finais de semana, com suas ruas bem iluminadas e estilosas, com uma cara bem urbana. Aproveite!

3.     Belfast City Hall

O que fazer em Belfast: a prefeitura de Belfast, em inglês, Belfast City Hall, um prédio neoclássico, com cúpulas verdes

O edifício sede da prefeitura de Belfast é o mais famoso da cidade e com certeza, em algum ponto de sua visita você irá passar por ele, pois está localizado bem no ponto central da cidade, na Donegall Square.

Na entrada do prédio fica a estátua da Rainha Victoria, que deu a Belfast a importância merecida no século XIX. No pórtico da prefeitura, lá no alto, fica a estátua de Ériu, uma deusa da época que a Irlanda era pagã, e que é a patrona do país. Dela veio o nome irlandês do país, Éire.

Nos fundos da prefeitura fica o Memorial do Titanic, com um monumento discreto com o nome de todos os passageiros e membros da tripulação que morreram no naufrágio mais famoso da história.

O primeiro pavimento conta com uma exposição sobre a história do edifício e da cidade e pode ser visitado por conta própria gratuitamente. As salas mostram desde antes da colonização britânica até os dias de hoje, passando pela crise de fome que assolou a região, a construção do Titanic e pela guerra civil que dividiu o país. Tudo isso em espaços lindíssimos, com enormes vitrais que valem uma fortuna por toda sua história.

Para visitar o segundo andar do prédio, no entanto, só com um tour guiado, mas igualmente gratuito. Para incluir em seu roteiro, basta checar os horários no site e chegar uns 15 minutos antes. Vale a pena, o prédio é muito bonito!

4.     St. George’s Market

Onde ficar em Belfast: o interior do St George's Market, com várias pessoas sentadas em suas mesas comendo e assistindo uma banda tocar

O St. George’s Market é um dos lugares mais bacanas de Belfast. É o último mercado aberto em estilo vitoriano que sobreviveu na cidade e obrigatoriamente precisa estar em sua lista do que fazer em Belfast. Foi construído no final do século XIX e durante a Segunda Guerra Mundial serviu de necrotério para as vítimas da guerra, quando a cidade foi bombardeada pelos nazistas. Hoje, o mercado é uma das atrações mais agitadas e interessantes de Belfast.

Lá dentro, às sextas, sábados e domingos, você encontra as melhores barraquinhas com vários tipos de restaurantes para escolher. Você pode provar desde a culinária irlandesa até indiana e espanhola, beber uma cerveja, comer ostras fresquinhas e ainda surtar nas sobremesas. Depois de comer em uma das mesas compartilhadas enquanto escuta músicas famosas apresentadas por alguma banda local, compre seu suvenir nas barraquinhas restantes. É um lugar bem alto astral e interessante, cheio dos sabores e aromas.

5.     Titanic Museum e SS Nomadic

O que fazer em Belfast: O prédio do Titanic Museum, no mesmo formato do navio, só que de forma mais contemporânea e minimalista.

Um dos maiores orgulhos de Belfast foi de ter sido a cidade onde o Titanic foi construído. A capital da Irlanda do Norte já foi o maior pólo de indústria marítima do mundo, com a sede da empresa H&W (responsável pela construção do Titanic) bem ali em seu porto. Seus estaleiros amarelos são hoje um dos símbolos da cidade.

O museu do Titanic é uma atração extremamente ambiciosa. É de ficar de queixo caído diante da grandeza dele. O edifício foi erguido exatamente em frente ao cais onde o Titanic e o Olympic, seu irmão gêmeo (sim, o Titanic tinha um irmão gêmeo) foram construídos, inclusive com as marcações físicas de onde ficavam a popa e proa do navio, seus botes salva-vidas, entre outros.

O que fazer em Belfast: o exato local onde o Titanic foi construído, com seu formato marcado no chão
O exato local onde o Titanic foi construído

O prédio em si tem os ângulos que remetem à arquitetura do Titanic, com pontas bem formadas nos quatro cantos do museu, fazem referência à sua proa. O Titanic Museu, além disso, tem praticamente a altura do navio em si, ou seja, dá pra se ter uma noção do quanto o Titanic era gigantesco.

É um museu bastante moderno e interativo, que explica a origem da cultura marítima da Irlanda do Norte, que já foi a maior fonte de economia do país, até a construção e a única viagem do Titanic, com fotos e documentos da época. É possível ver como eram as cabines de primeira, segunda e terceira classe, relatos de sobreviventes, uma visita digital por cada um dos andares do navio, entre muitas outras coisas interessantíssimas.

No final, vemos em um grande cinema, cenas do navio naufragado no fundo do Oceano Atlântico, e para coroar, o piso de vidro exibe um vídeo panorâmico do Titanic no fundo do mar passando por baixo de nossos pés. Bem impactante.

O que fazer em Belfast: o SS Nomadic, um pequeno navio com uma chaminé somente, com o museu lá ao fundo

Ao visitar o Titanic Museum, não deixe de visitar também o SS Nomadic, o único navio da White Star Line – a empresa responsável pelos direitos do Titanic – a existir nos dias de hoje. Ele serviu para transportar passageiros da primeira e segunda classe da cidade francesa de Cherbourg até o navio famoso. Com ele é possível ter uma ideia mais real de como era de fato o interior do Titanic em toda sua grandeza e bom gosto.

6.     Muro da Paz e Murais do The Troubles

O que fazer em Belfast: o muro da paz que corre por toda a rua e é bem alto

Como foi dito anteriormente no texto, não dá para dissociar a Irlanda do Norte da guerra civil que assolou o país entre as décadas de 1960 e 1990. Belfast era uma cidade dividida e ainda apresenta marcas dessa época tão sombria de sua história. A cidade possuía bairros católicos e protestantes, que depois de certa hora, fechavam seus portões para evitar bombardeios e invasões. Para melhor entender onde exatamente ir e ter uma melhor noção da história ouvindo de um morador como era viver durante este período, nada como fazer um walking tour guiado e focado no assunto.

Várias áreas ainda são delimitadas como republicanas e unionistas, sendo as primeiras de aspecto bem mais humilde. A população católica se recolhia em bairros atrás de portões que se fechavam durante a noite. Já os bairros unionistas são mais desenvolvidos e abertos.

No meio desse confronto, a área mais visitada é o chamado “Muro da Paz”. Por toda a extensão da Cupar Way fica um enorme e alto muro que dividia as duas zonas e era considerada uma área segura, mas na prática não era bem assim. Hoje, é um dos lugares mais visitados de Belfast e é emocionante ver o quão alto o muro é, e todas as homenagens e palavras de paz são escritas diariamente por quem passa por ali. Leve uma caneta e deixe sua marca também.

Além do muro, planeje uma passagem pelos bairros unionistas e republicanos que ficam de um lado e outro desta divisão para ver a diferença de um e outro.

O que fazer em Belfast: uma rua fechada com portões coloridos
A entrada de um bairro republicano

A Shankill Road é um bairro protestante repleto de bandeiras do Reino Unido em suas casas e declarações de amor à rainha da Inglaterra. É nítida a lealdade que os moradores daqui têm à Grã-Bretanha.

Já na Falls Road, a maioria de seus moradores é católica e os murais de suas ruas têm um cunho mais político, com pinturas de Nelson Mandela e temas separatistas em favor da independência da Catalúnia e do País Basco, além de militarem a favor dos palestinos. Em suas esquinas é possível ver estátuas de santos católicos e os portões antigos que protegiam o interior da comunidade.

É uma experiência arrepiante e necessária para não deixarmos a intolerância reinar novamente.

Leia mais: Como alugar um carro em Dublin ou Belfast para viajar pela Irlanda

7.     Crumlin Road Gaol

O que fazer em Belfast: o interior da prisão mais famosa de Belfast, com diferentes áreas

A Crumlin Road Gaol é a prisão histórica mais famosa da Irlanda do Norte. Ali ficaram presos grandes nomes responsáveis pelo The Troubles, em sua maioria da parte católica. Possuía alas para homens, mulheres e, pasmem, crianças! Era uma prisão de segurança máxima, tendo pouquíssimos casos de fugas de prisioneiros. Ali também seguiram várias execuções, sendo a última delas em 1961, todas feitas por enforcamento.

É um tour meio pesado, que mostra a sala na qual os presos eram catalogados, os pátios e celas, até a sala aonde os sentenciados a morte eram executados, com a forca usada ali ainda pendendo do teto. O presídio era conectado por baixo da terra com o Fórum do outro lado da rua (que hoje só restaram as ruínas e logo será um hotel), fazendo os presos nem precisarem atravessar em público, principalmente em tempos de guerra civil, onde atentados podiam acontecer a qualquer momento.

Caso não tenha estômago, não aconselho, pois mesmo não sendo visualmente grotesco, cadeias sempre são tensas devido às histórias que ali tomaram (ou perderam) vida.

8.     Walking Tour

O que fazer em Belfast: pessoas andando por entre os prédios da St Anne's Square, um dos bairros mais caros da cidade

Tiramos um dos dias para fazer o walking tour gratuito que sai da frente do Belfast City Hall todos os dias às 11 da manhã e às 14:30 da tarde. É só ir para a frente do edifício 10 minutos antes e procurar alguém com um guarda chuva amarelo escrito “Free Walking Tour”.

Nós particularmente amamos os walking tours gratuitos e fazemos na maioria das cidades que visitamos, pois eles são feitos por moradores e podem explicar a cidade como locais e como pessoas que cresceram no lugar. Nosso guia, por exemplo, nasceu e cresceu em Belfast durante a guerra civil, e nos contou como era viver na cidade durante esse momento tão crítico e como foi ver a cidade se tornando uma das mais seguras do mundo depois da pacificação.

O que fazer em Belfast: O interior do The Crown Bar, todo dourado
O interior do The Crown Bar

Os walking tours sobrevivem à base de doações, então, ao final do passeio, contribua com um valor que ache adequado o seu guia.

No que fizemos, passamos pela maior parte dos pontos turísticos do centro de Belfast, num passeio de durou quase 2 horas. É bem mais interessante andar pelas ruas sabendo para onde está indo. No tour nós soubemos mais a fundo sobre as seguintes atrações:

  • Great Victoria Street, uma rua histórica cheia de prédios importantes, incluindo colégios para alunos católicos e protestantes;
  • The Crown Bar, famoso e lindíssimo bar na mesma rua, seu interior é incrível;
  • Grand Opera House, famoso teatro onde vários artistas célebres já se apresentaram;
  • Europa Hotel, conhecido como o hotel mais bombardeado da Europa, sofreu 36 atentados durante a guerra civil e ainda está firme e forte;
  • Albert Memorial Clock, o chamado “Big Ben da Irlanda”;
  • St Anne’s Cathedral e a história de como a região ao redor da igreja passou, de um bairro destruído pela guerra a um dos locais mais caros atualmente;
  • The Big Fish, que fica nas margens do Rio Lagan, é uma escultura de um peixe coberto de azulejos que contam a história de Belfast.

9.     Tour de táxi

O que fazer em Belfast: um táxi preto britânico parado na entrada do Stormout

No Reino Unido é muito comum turistas fazerem os famosos tours de táxi. Os táxis lá são carros pretos dignos de filmes de espionagem, e os guias são os motoristas, que montam o roteiro de acordo com a preferência dos clientes.

Como estávamos a pé em Belfast, preferimos usar o táxi para visitar pontos turísticos mais afastados do centro e do trajeto turístico popular, no qual teríamos que pegar ônibus ou Uber, então pedimos ao nosso motorista para que incluísse no roteiro:

  • os murais do The Troubles em ambos bairros – unionista e republicano;
  • o Parlamento da Irlanda do Norte, chamado de Stormont;
  • a C. S. Lewis Square, que tem as estátuas dos personagens de As Crônicas de Nárnia;
  • o Belfast Castle, o único castelo da cidade;
  • o HMS Caroline, um antigo barco de guerra usado na Primeira Guerra Mundial

Saímos de manhã e rodamos pela cidade até o almoço, e pudemos ver várias atrações mais afastadas, inclusive saindo do carro para observar mais de perto e tirar fotos. Além disso, o guia nos passa informações gerais e curiosidades sobre a cidade e as atrações.

10.     Ulster Museum e Queen’s University

O que fazer em Belfast: A Queen's University durante o por do sol, lindíssima

No bairro de Queen’s Quarter fica a área mais jovial da cidade, pois em sua área se estabeleceu a faculdade mais famosa da Irlanda do Norte, a Queen’s University. O prédio da universidade é muito bonito e rende belíssimas fotos.

Além disso, ao lado da universidade fica o Ulster Museum, dentro do Jardim Botânico da cidade, um museu importante que explica a história de Belfast e da ilha da Irlanda desde a formação da Terra até os dias atuais. Bastante interessante e didático, nos surpreendemos bastante com seu conteúdo.

Para quem quer beber e comer em locais mais em conta, ao redor da universidade possui ótimas opções para quem quer economizar.

11.     Victoria Square

O que fazer em Belfast: A Victoria Square, cheia de lojas e com seu maior shopping

A praça principal de Belfast agrega as mais famosas marcas de lojas de roupas, além de restaurantes e lanchonetes conhecidas. Além disso, seu revolucionário shopping center, com um formato bastante peculiar e moderno, fica ali e atrai vários turistas que querem ir às compras e levar presentes para casa.

Os preços ali não são dos mais baratos, devido ao teor turístico do lugar, mas é bom para quem tem pouco tempo na cidade, pois fica perto das atrações mais famosas e agrega tudo de mais prático.

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Sobre o Autor

Larissa Pereira

Escritora de viagens, fotógrafa e graduada em história da arte, Larissa equilibra com maestria suas muitas paixões. Seus artigos exibem uma perspectiva histórica e cultural em suas narrativas de viagem, transformando cada destino em uma tela rica em detalhes e curiosidades.

Como fotógrafa, Larissa utiliza sua lente para registrar todos os momentos do blog, traduzindo a beleza de cada local em histórias visuais. Seu olhar para detalhes aprimora a experiência, permitindo que os leitores embarquem virtualmente em suas viagens.

Larissa é também a apresentadora do canal do Vida Cigana no YouTube, onde compartilha dicas e explica atrações em detalhes, desenvolvendo itinerários e inspirando outros a vivenciarem suas próprias jornadas.

22 Comentários

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  • Roteiro INCRÍVEL, EU AMEI!

    Apenas uma observação, Belfast e Dublin não ficam no mesmo país. Belfast (Irlanda do Norte/ pertence ao Reino Unido) Dublin (Irlanda/ pertence a União europeia). Os Irlandeses odeiam quando dizem ser “tudo a mesma coisa” rs

    • Oi Stella, isso está tudo bem explicadinho no texto, falamos em detalhes do período do The Troubles. A primeira frase ficou meio dúbia mesmo, mas é só para ajudar a quem está fazendo um roteiro pela Ilha da Irlanda, que é mais fácil do que planejar uma viagem pela Grã Bretanha e Irlanda do Norte.
      Infelizmente eles são países diferentes, mas todos inicialmente seriam irlandeses, se não fossem pelos britânicos se metendo onde não deveriam, né?

  • Estive visitando Belfast e concordo que vale a pena mesmo conhecer. Além que viajei com minha família e nos juntamente em Edinburgh-Scotland e fomos em um vôo rápido até Belfast.
    Quero dizer que mesmo sendo Julho um mês movimentado, em Belfast surge uma boa hospedagem em casas que ficam vazias nas férias da Universidade e alugam por preço por uma semana. Além do Mudei do Titanic, a atração maior, existe um passeio de Ônibus de 1 dia pela Corta Norte e visitando Castelos e pontos naturais belíssimos.

  • Larissa, estou com uma duvida.O seguinte vou para Europa no dia 1-4 fico até dia 11-8
    Não sou boa para lógicas.Os lugares quero ir Alemanha, França, Italia, Austria, Reino Unido, Irlanda, Espanha, Portugal, Grecia, Suiça. Belgica, todos esses apenas se der porque como vou ficar esses meses e depois eu saio e volto para Brasil depois vou para Eua, e ai volto de novo para Europa
    Eu tenho estar na Alemanha apenas nos dias 2 ate 5-4 depois não preciso estar
    Você acha que eu entro pela Irlanda, Reino Unido, ai conta lá , ou de qualquer jeito eu indo para esses dias para Alemanha, vai contar o prazo dos 3 meses?
    Em julho apenas preciso estar no dia -7 na Alemanha, e depois para um casamento
    estou muito confusa não sei onde começo, porque posso pegar onibus, trem , e aviao também.
    Qual dica poderia me dar para começar, obrigada

    • Larissa, como msg foi fevereiro. Consegui sim, estou na Alemanha, quis so ficar na Alemanha mesmo, e desisti dos outros lugares. Como muitas coisas mudaram e meu planejamento tb. Vou ficar morando só na Alemanha. Estou aguardando meus papeis de cidadania, isso me garante eu poder ficar mais tempo e ficar protegida. Não preciso pensar mais nos 90 dias.

    • Opa, desculpa a demora na resposta, tá complicado responder tudo rápido! Mas que bom que vc conseguiu entrar e que já está com a documentação encaminhada!

abbv